Com muita frequência, as virtudes mais vivas, as mais chamejantes, são também as mais frágeis e as mais ameaçadas. As virtudes mortas, pelo contrário, (honestidade burguesa, farisaísmo, etc.) são muito mais sólidas: não há perigo nenhum (ou esperança nenhuma!) de que essa pessoa respeitável se desvie alguma vez do caminho direito... Porquê? É que a virtude viva é uma ascensão: tem, pois, o ardor e o magnetismo da vida, mas há nela também instabilidade, porque toda a ascensão comporta um perigo de deslize e de queda. O que se incrusta no flanco de um monte e aí estabelece morada não corre o risco de cair: a sua virtude imóvel tem a segurança dos túmulos. Pode, pois, dizer-se, sem paradoxo, que uma virtude não exposta a perder-se não vale a pena ser possuída. A segurança absoluta contra o mal retira o bem a sua vitalidade e os seus encantos...
No entando, por cima do risco vivo de quem avança e da segurança morta do que julga ter chegado existe uma virtude simultanamente viva e estável: a virtude suprema de quem faz em Deus a sua morada. Só o santo realiza este prodígio de nos oferecer com a estabilidade absoluta, o estremecimento da vida, da juventude e do imprevisto.
Fonte: "O pão de cada dia" - Editorial Aster - Colecção Éfeso
No entando, por cima do risco vivo de quem avança e da segurança morta do que julga ter chegado existe uma virtude simultanamente viva e estável: a virtude suprema de quem faz em Deus a sua morada. Só o santo realiza este prodígio de nos oferecer com a estabilidade absoluta, o estremecimento da vida, da juventude e do imprevisto.
Fonte: "O pão de cada dia" - Editorial Aster - Colecção Éfeso