A indiferença favorece o desprendimento. No entanto, é-lhe ainda mais oposta que o apego. Entre a indiferença e o desapego existe a mesma distância que entre a taça esvaziada e a taça que transborda. Três estados das nossas relações com o próximo:
A indiferença: para mim, não existes.
O apego: existes, mas essa existência depende das nossas recíprocas relações: existes na medida em que te possuo.
O desprendimento: tu existes para mim absolutamente, para além de tudo o que me possas dar: adoro em ti um reflexo da divindade que nada me pode arrebatar; não tenho necessidade de te possuir para que existas para mim.
A indiferença é a pior das desgraças porque suprime a possibilidade do desprendimento, porque arrebata a Deus a sua presa. Há uma situação pior que a do idólatra: a do insensibilizado que não tem já ídolos para antepor ou converter em Deus.
Fonte: "O pão de cada dia" - Editorial Aster - Colecção Éfeso
A indiferença: para mim, não existes.
O apego: existes, mas essa existência depende das nossas recíprocas relações: existes na medida em que te possuo.
O desprendimento: tu existes para mim absolutamente, para além de tudo o que me possas dar: adoro em ti um reflexo da divindade que nada me pode arrebatar; não tenho necessidade de te possuir para que existas para mim.
A indiferença é a pior das desgraças porque suprime a possibilidade do desprendimento, porque arrebata a Deus a sua presa. Há uma situação pior que a do idólatra: a do insensibilizado que não tem já ídolos para antepor ou converter em Deus.
Fonte: "O pão de cada dia" - Editorial Aster - Colecção Éfeso