tag:blogger.com,1999:blog-91190053796704495052024-03-14T11:23:13.344-03:00O equilíbrio e a harmonia"Acima do equilíbrio está a harmonia, acima da balança está a lira."
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Victor Hugo<br><br>
Textos de Gustave ThibonUnknownnoreply@blogger.comBlogger165125tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-62735523366492378572022-01-20T01:38:00.000-03:002022-01-20T01:38:02.115-03:00Sorteio do livro "O que Deus uniu" de Gustave ThibonSe você tem interesse em concorrer a um exemplar do livro, mande um email para sthetatos@gmail.com
Farei o sorteio no final do mês de abril.
É importante lembrar que o livro é evidentemente usado (foi editado na década de 50 em Portugal). Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-10142093024168799292015-05-26T11:30:00.001-03:002015-05-26T11:30:30.989-03:00Convidada: Simone Weil -- Reflexões sobre o bom uso dos estudos escolares como meio de cultivar o amor a Deus.<div align="justify">
A chave de uma concepção cristã dos estudos é que a oração é feita de atenção. A oração é a orientação para Deus de toda a atenção de que a alma é capaz. A qualidade da oração está para muitos na qualidade da atenção. O calor do coração não pode supri-la.
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Só a parte mais elevada da atenção entra em contato com Deus, quando a oração é suficientemente intensa e pura para que um tal contato se estabeleça; mas toda a atenção deve estar voltada para Deus.
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Os exercícios escolares desenvolvem, bem entendido, uma parte menos elevada da atenção. Eles são, não obstante, plenamente eficazes para aumentar a capacidade de atenção que estará disponível no momento da oração, desde que os executemos para esse fim e somente com esse fim.
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Se bem que hoje tal pareça ignorar-se, a formação da faculdade de atenção é o verdadeiro fim e quase o único interesse dos estudos. A maioria dos exercícios escolares tem também um certo interesse intrínseco; mas esse interesse é secundário. Todos os exercícios que fazem um verdadeiro apelo à capacidade de atenção tem um interesse similar e igualmente legítimo.<br />
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Os estudantes que amam a Deus nunca deveriam dizer: "Eu amo a matemática", "Eu amo o francês", "Eu amo o grego". Eles devem aprender a amar tudo isso, porque tudo isso faz aumentar essa atenção que, orientada para Deus, é a substância mesma da oração.<br />
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Não ter dom nem gosto natural pela geometria não impede que a investigação de um problema ou o estudo de uma demonstração desenvolvam a atenção. É quase o contrário. É quase uma circunstância favorável.<br />
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Na verdade, pouco importa que se chegue a encontrar a solução ou a entender a demonstração, embora devamos fazer verdadeiramente um esforço de atenção por isso. Nunca, em nenhum caso um verdadeiro esforço de atenção se perde. Ele é sempre plenamente eficaz no plano espiritual, e por conseguinte também, por acréscimo, no plano inferior da inteligência, porque toda luz espiritual ilumina a inteligência.<br />
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Se buscamos com verdadeira atenção a solução de um problema de geometria e, ao fim de uma hora, não estamos mais avançados do que no começo, avançamos todavia, durante cada minuto dessa hora, numa outra dimensão mais misteriosa. Sem que o sintamos, sem que o saibamos, este esforço aparentemente estéril e infrutífero introduziu mais luz na alma.<br />
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O fruto encontrar-se-á um dia, mais tarde, na oração. Encontrar-se-á sem dúvida também, por acréscimo, num domínio qualquer da inteligencia, talvez completamente alheio à matemática. Talvez um dia, aquele que despendeu este esforço ineficaz será capaz de apreender mais diretamente por causa deste mesmo esforço, a beleza de um verso de Racine. Mas que o fruto deste esforço se deve recuperar na oração, isso é certo, não oferece a menor dúvida.<br />
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As certezas desta espécie são experimentais. Mas se nelas não acreditamos antes de as ter experimentado, se pelo menos não nos conduzimos como se nelas acreditássemos, não faremos nunca a experiência que dá acesso a tais certezas. Há aí uma espécie de contradição. É assim, a partir de um certo nível, com todos os conhecimentos úteis ao progresso espiritual. Se não os adotamos como regra de conduta antes de os ter verificado, se não lhes permanecemos ligados por tempo prolongado apenas pela fé, uma fé a princípio sombria, sem luz, não os transformaremos jamais em certezas. A fé é condição indispensável.<br />
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O melhor suporte da fé é a garantia de que se pedimos pão ao nosso Pai, ele não nos dará pedras. Mesmo fora de toda a crença religiosa explícita, sempre que um ser humano realiza um esforço de atenção com o único desejo de se tornar mais apto a apreender a verdade, ele adquire esta aptidão maior, ainda que o seu esforço não tenha produzido qualquer fruto visível. Um conto esquimó explica assim a origem da luz: "O corvo que na noite eterna não podia encontrar alimento desejou a luz, e a terra iluminou-se". Se há verdadeiro desejo, se o objeto do desejo é realmente a luz, o desejo de luz produz a luz. Há verdadeiramente desejo quando há esforço de atenção. É realmente a luz que se deseja se está ausente qualquer outro móbil. Mesmo quando os esforços de atenção permanecem aparentemente estéreis durante anos, um dia uma luz exatamente proporcional a esses esforços inundará a alma. Cada esforço acrescenta um pouco de ouro a um tesouro que nada no mundo pode subtrair. Os esforços inúteis empreendidos pelo Cura d'Ars, durante longos e dolorosos anos, para aprender latim, deram todos os seus frutos no discernimento maravilhoso pelo qual ele distinguia a própria alma dos penitentes por detrás das suas palavras e mesmo por detrás do seu silêncio.<br />
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É necessário, portanto, estudar sem qualquer desejo de obter boas notas, de ter sucesso nos exames, de obter qualquer resultado escolar, sem nenhuma consideração por gostos ou aptidões naturais, com idêntica aplicação a todos os exercícios, com o pensamento de que eles todos servem para formar essa atenção que é a substância da oração.<br />
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No momento em que nos aplicamos a um exercício, é necessário querer realizá-lo corretamente; porque esta vontade é indispensável para que haja verdadeiro esforço. Mas através deste fim imediato, a intenção profunda deve dirigir-se unicamente para o acréscimo do poder de atenção em vista da oração, da mesma forma que quando se escreve se desenha a forma das letras sobre o papel, sem que o objeto sejam as letras em si, mas a idéia que se quer exprimir.<br />
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Pôr nos estudos esta única intenção, com exclusão de qualquer outra, é a primeira condição do seu bom uso espiritual. A segunda condição é a de nos obrigarmos rigorosamente a olhar de frente, a contemplar com atenção, durante muito tempo, cada exercício escolar falhado, em toda a torpeza da sua mediocridade, sem procurar nenhuma desculpa, sem negligenciar nenhuma falha nem correção do professor, procurando recuar à origem de cada falha. É grande a tentação de fazer o contrário, de passar por um exercício corrigido, se ele está errado, um olhar oblíquo, e esquecê-lo em seguida. Quase todos os estudantes agem assim na maior parte das vezes. É necessário afastar esta tentação.<br />
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Nada é mais necessário ao bom sucesso escolar, porque se trabalha sem muito progredir, faça-se o esforço que se fizer, quando não se presta atenção aos erros cometidos e às correções dos professores.<br />
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Assim pode-se adquirir, sobretudo, a virtude da humildade, tesouro infinitamente mais precioso do que todo progresso escolar. A este respeito, a contemplação da própria estupidez é talvez mais útil inclusise que a do pecado. A consciência do pecado proporciona o sentimento, a idéia de que se é mau, o que pode ocasionar o desenvolvimento de um certo orgulho. Quando nos obrigamos a fixar o olhar dos olhos e da alma sobre um exercício escolar estudipamente resolvido, sentimos com uma evidência irresistível a própria mediocridade. Não há conhecimento mais desejável. Se chegamos a conhecer esta verdade com toda a alma, estamos firmemente estabelecidos no verdadeiro caminho.<br />
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Se estas duas condições se encontram perfeitamente bem preenchidas, os estudos escolares são, sem dúvida, um caminho para a santidade tão bom como qualquer outro.<br />
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Para preencher a segunda basta querê-lo. Não é o mesmo com a primeira. Para prestar realmente atenção, é necessário saber como consegui-lo.<br />
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Muitas vezes, confunde-se a atenção com uma espécie de esforço muscular. Se dissermos aos alunos: "Agora ides prestar atenção", vemo-los franzir as sobrancelhas, prender a respiração, contrair os músculos. Se dois minutos mais tarde lhes perguntamos a que prestaram atenção, eles não conseguem responder. Não prestaram atenção a nada. Não prestaram atenção, apenas contraíram os músculos.<br />
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Aplicamos muitas vezes este tipo de esforço muscular aos estudos. Como isso acaba por cansar, tem-se a impressão de que se trabalhou. É uma ilusão. A fadiga não tem qualquer relação com o trabalho. O trabalho é esforço útil, seja fatigante ou não. Esta espécie de esforço muscular nos estudos é completamente estéril, mesmo se realizada com boa intenção. É desse tipo de boa intenção que se diz que o inferno está cheio. Os estudos realizados dessa forma podem, por vezes, ser escolarmente bons, do ponto de vista das notas e dos exames, mas apesar do esforço realizado e do uso das capacidades naturais esse tipo de estudo é sempre inútil.<br />
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A vontade, que em caso de necessidade faz cerrar os dentes e suportar o sofrimento, é a arma principal do aprendiz no trabalho manual. Mas, contrariamente ao que habitualmente se crê, ela não tem quase nenhum lugar no estudo. A inteligência só pode ser movida pelo desejo. Para que haja desejo é necessário que haja prazer e alegria. A inteligência cresce e frutifica na alegria. A alegria de aprender é tão indispensável aos estudantes como a respiração aos corredores. Onde ela está ausente, não há estudantes, mas pobres caricaturas de aprendizes que no final da sua aprendizagem nem ofício terão.<br />
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É o papel que o desejo desempenha no estudo que permite fazer dele uma preparação para a vida espiritual. Pois o desejo, orientado para Deus, é a única força capaz de elevar a alma. Ou melhor, é Deus que vem apoderar-se da alma e a eleva, mas é o desejo que "obriga" Deus a descer; Deus só vem para aqueles que pedem e nunca deixa de vir para aqueles que pedem com frequência, ardentemente e de forma prolongada.<br />
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A atenção é um esforço, o maior dos esforços talvez, mas é um esforço negativo. Por si não comporta fadiga. Quando a fadiga se faz sentir, a atenção quase não é mais possível, a menos que se esteja bem exercitado; o melhor então é parar, descansar um pouco e recomeçar; parar e recomeçar da mesma maneira como se inspira e expira.<br />
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Vinte minutos de atenção intensa e sem fadiga valem infinitamente mais do que três horas desse dedicação de sobrancelhas franzidas que faz dizer com o sentimento do dever cumprido: "trabalhei bem".<br />
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Mas, apesar das aparências, é também muito mais difícil. Há algo na nossa alma que repugna a verdadeira atenção muito mais violentamente do que a carne repugna a fadiga. Esse algo está muito mais próximo do mal que a carne. É por isso que todas as vezes que prestamos verdadeira atenção destruimos um pouco desse mal em nós. Se prestamos atenção com essa intenção, um quarto de hora de atenção vale muitas boas obras.<br />
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A atenção consiste em suspender o pensamento, em deixá-lo disponível, vazio e permeável ao objeto, mantendo em nós mesmos, próximos do pensamento, mas a um nível inferior e sem contato com ele, os diversos conhecimentos adquiridos que somos forçados a utilizar. O pensamento deve ser, para com todos os pensamentos particulares e já formados, como um homem que sobre uma montanha, ao olhar em frente, percebe debaixo de si, mas sem as mirar, muitas florestas e planícies. E sobretudo, o pensamento deve estar vazio, à espera, sem nada procurar, mas pronto a receber, na sua verdade nua, o objeto que o vai penetrar.<br />
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Todos os contra-sensos nas traduções, todos os absurdos na solução dos problemas de geometria, todas as torpezas de estilo e todos os defeitos de encadeamento de idéias nos trabalhos de francês, tudo isso decorre de o pensamento se ter precipitado precocemente sobre algo, e, ao preencher-se assim prematuramente, ter deixado de estar disponível para a verdade. A causa é sempre a pretensão de ser ativo, de querer buscar. Podemos comprovar que é assim em cada ocasião, para cada falha, se recuarmos até à raiz. Não há melhor exercício do que esta comprovação. Porque esta verdade é daquelas nas quais não podemos crer senão experimentando-as muitas vezes. É assim com todas as verdades essenciais.<br />
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Os bens mais preciosos não devem ser procurados, mas esperados. Porque o homem não pode encontrá-los por intermédio das suas próprias forças, e se se põe à sua procura encontrará, em seu lugar, falsos bens nos quais não saberá discernir a falsidade.<br />
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A solução de um problema de geometria não é em si um bem precioso, mas a mesma lei também se lhe aplica, porque ela é a imagem de um bem precioso. Sendo um pequeno fragmento de verdade particular, é uma imagem pura da Verdade única, eterna e viva, essa Verdade que disse um dia com uma voz humana: "Eu sou a Verdade".<br />
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Pensado assim, todo exercício escolar se assemelha a um sacramento.<br />
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Há, para cada exercício escolar, uma maneira específica de alcançar a verdade mediante o desejo de alcançá-la e sem necessidade de buscá-la. Há uma maneira de prestar atenção aos dados de um problema de geometria sem buscar sua solução, às palavras de um texto em latim ou em grego sem buscar seu sentido, de esperar, quando escrevemos, que a palavra justa venha por si própria colocar-se sob a caneta repelindo simplesmente as palavras inadequadas.<br />
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O primeiro dever para com os alunos e estudantes é o de lhes ensinar este método, não apenas em geral, mas na forma particular que se refere a cada exercício. É o dever, não só dos seus professores, mas também dos diretores espirituais. E estes, além do mais, devem deixar claro com uma diafaneidade absoluta, a analogia entre a atividade da inteligência em cada um desses exercícios e a situação da alma que, com a lâmpada bem provida de azeite, espera o seu esposo com confiança e desejo.<br />
Todo adolescente que ame a Deus, ao fazer um exercício de latim, deveria tratar de parecer-se um pouco mais, por meio deste exercício, ao escravo que vela e escuta junto à porta esperando a chegada do seu senhor.<br />
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A sua chegada, o senhor instala o escravo à mesa e serve-lhe de comer ele mesmo.<br />
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É somente esta espera, esta atenção, o que obriga o senhor a um tal excesso de ternura. Quando o escravo se consumiu de cansaço no campo, o senhor ao regressar diz-lhe: "Prepara minha comida e serve-me". E trata-o como escravo inútil que faz apenas o que se lhe ordena. É certo que no domínio da ação é necessário fazer tudo o que é ordenado, à custa de não importa que grau de esforço, de cansaço e de sofrimento, porque aquele que desobedece não ama. Mas, depois disto, não se é mais do que um escravo inútil. É a condição do amor, mas não é suficiente. O que força o senhor a fazer-se escravo do seu escravo, a amá-lo, não é nada disso; não é, menos ainda, uma busca que o escravo tivesse a temeridade de empreender por sua própria iniciativa; é unicamente a vigília, a espera e a atenção.<br />
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Felizes pois os que passam a sua adolescência e a sua juventude formando unicamente este poder de atenção. Sem dúvida que não estão mais próximos do bem que os seus irmãos que trabalham nos campos e nas fábricas. Estão próximos de outra forma. Os camponeses, os operários possuem essa proximidade de Deus, de sabor incomparável, que jaz no fundo da pobreza, da ausência de consideração social e dos sofrimentos prolongados e lentos. Mas, se considerarmos as ocupações nelas mesmas, os estudos estão mais próximos de Deus por causa desta atenção que é a sua alma. Aquele que atravessou os anos de estudo sem desenvolver em si esta atenção perdeu um grande tesouro.<br />
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Não é apenas o amor a Deus que tem por substância a atenção. O amor ao próximo, que sabemos ser o mesmo amor, é feito da mesma substância. Os infelizes não precisam de outra coisa neste mundo que de homens capazes de lhes prestarem atenção. A capacidade de prestar atenção a um infeliz pe coisa muita rara, muito difícil; é quase um milagre; é um milagre. Quase todos os que crêem ter esta capacidade não a têm. O calor, o ímpeto do coração, a piedade não são suficientes.<br />
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Na primeira lenda do Graal, diz-se que o Graal, pedra miraculosa que por virtude da hóstia consagrada sacia toda fome, pertencerá ao primeiro que disser ao guardião, rei paralítico por causa de uma dolorosa ferida: "Qual é o teu tormento?"<br />
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A plenitude do amor ao próximo é simplesmente ser capaz de lhe perguntar: "Qual é o teu tormento?". É saber que o infeliz existe, não como unidade numa coleção, não como um exemplar da categoria social etiquetada "infelizes", mas enquanto homem exatamente semelhante a nós, que foi um dia atingido e marcado com uma marca inimitável pela infelicidade. Para isso é suficiente, mas indispensável, saber dirigir sobre ele um certo olhar.<br />
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Este olhar é em primeiro lugar um olhar atento, em que a alma se esvazia de todo o conteúdo próprio para receber nela mesma o ser que se está olhando tal como ele é, em toda a sua verdade. Disto só é capaz aquele que é capaz de atenção.<br />
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Assim, é verdade, ainda que de modo paradoxal, que um exercício de latim, um problema de geometria, mesmo que falhados, sempre que lhe tenhamos dedicado a espécie de esforço adequado, podem tornar-nos, um dia, mais capazes, se a ocasião se apresentar, de levar a um infeliz, no momento culminante de sua angústia, o socorro suscetível de o salvar.<br />
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Para um adolescente capaz de apreender esta verdade, e suficientemente generoso para desejar este fruto de preferência a qualquer outro, os estudos alcançarão a plenitude de sua eficácia espiritual mesmo fora de toda a crença religiosa.<br />
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Os estudos escolares são um desses campos que encerram uma pérola pela qual vale a pena vender todos os bens, sem nada guardar para si, a fim de a poder comprar.<br />
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Fonte: Simone Weil in Attente de Dieu (Espera de Deus)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-6057301608629071482013-07-11T17:35:00.000-03:002013-07-11T17:35:11.948-03:00Y a-t-il une Vérité? (II - Final)<div align="justify">
<b>Pourquoi l'esprit serait-il en nous la seule faculté ouverte sur le néant?</b>
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Il y a une vérité. Elle a trop de masques pour ne pas avoir un visage, trop de caricatures pour ne pas avoir une forme. Pourquoi l'esprit serait-il en nous la seule faculté ouverte sur le néant? Saint Thomas disait qu'un désir naturel ne peut pas être vain. Si un mouton désire de l'herbe, il peut en manquer, mais ce désir de l'herbe qu'il porte en lui prove déjà que l'herbe existe quelque part. Mais cette vérité --- et c'est qu'on oublie trop aujourd'hui --- ne dépend pas de l'homme: il la reçoit, il ne la crée pas, il n'en est pas la mesure. Celui qui la cherche au niveau de l'homme --- de ses passions, de ses goûts, de ses moeurs, de ses morales, de ses politiques --- devient fatalement un fanatique ou un nihiliste. Les vérités humaines sont si diverses, à la fois si sincèrement vécues et si opposées! Pascal, qui était sceptique au sens où il convient de l'être, je veux dire sceptique à l'égard de nos vérités relatives par pressentiment de la vérité absolue, Pascal l'a dit une fois pour toutes: "Vérité en deçà des Pyrènées, erreur au-delà." Nous sommes tout à fait d'accord. Mais pour dire cela, il faut pressentir une vérité pour laquelle il n'y a pas de Pyrénées... Comment pourrions-nous juger qu'une vérité n'est vraie qu'en partie et dans certaines conditions, si ce n'est par référence implicite à la vérité absolue?
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Chaque homme se raccroche à l'une ou à l'autre des parties de la Vérité inaccessible dans sa totalité. Et nous nous blessons aux limites de ces vérités partielles. Si nous souffrons, parfois jusqu'au désespoir, de ne pas atteindre <em>la</em> Vérité, c'est que nous sommes faits por elle. Si nous remplaçons par tant de faux dieux le Dieu que nous avons tué, si l'idolâtrie devient de plus en plus une nécessité vitale, c'est que, refusant la nourriture, nous avons gardé la faim. "Quand on ne croit plus en dieu, dit Chesterton, ce n'est pas pour croire en rien, c'est pour croire à n'importe quoi." Nietzsche au moins a été logique en poussant jusqu'à la folie le refus de Dieu et le scepticisme intégral qui en découle: le suicide de l'intelligence prouve son ordination à la vérité comme le suicide physique prouve l'âme et sa destination à l'éternité. La bête ne doute pas, elle ne désespère pas, et elle ne se tue pas: il faut être au-dessus du temps pour en arrêter le cours...
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Chercher la vérité au niveaus de l'humain engendre aussi la révolte. En cela, notre siècle est servi à souhait: comment ne pas douter de tous les idéals et de toutes les vertus quand, n'ayant plus de caution divine, on voit ce qu'ils recouvrent dans l'homme et à quoi l'homme les fait servir. Les freudiens et les marxistes ont beaucoup insisté sur ces points: pour les uns, compromis entre la libido et le surmoi, et pour les autres, mystification idéaliste. Mais quoi? Si vous me dites que la morale bourgeoise vous révolte, je vous répondrai: "Qu'est-ce donc qui se révolte en vous, si ce n'est l'appel vers une pureté, une authenticité, une "vertu" que la morale bourgeoise, ou plutôt l'homme bourgeios, affirme et trahit en même temps?" Au reste, si vous niez la vérité parce que l'homme la trahit, on peut appliquer le même traitement à la morale révolutionnaire: que dissimule-t-elle? Il est facile d'y reconnaître des instincts comme l'agressivité (pourquoi luttez-vous? Parce que vous avez envie de lutter...), l'instinct destructeur (qui fait pencher pour la grande solution de facilité...), le principe de plaisir (dans la révolution sexuelle), etc.
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Même un Sartre affirme encore sa foi en une vérité quand il distingue l'homme de bonne foi de l'homme de mauvaise foi --- cet homme qu'il appelle, en termes plus énergiques, "le salaud". Car dans une philosophie complètement relativiste, il serait impossible de faire cette distinction. Si on dénonce le mensonge, ce ne peut être qu'au nom de la vérité. Alors, après cela, comment ose-t-on tirer argument du mensonge pour nier l'existence de la vérité? D'abord, on reconnaît le mensonge dans le miroir de la vérité, ensuite, on casse le miroir! Mais si tout est mensonge, votre haine du mensonge n'est qu'un mensonge de plus!
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Le drame de l'homme est de ne pouvoir échapper à son juge intérieur: il peut le tromper, il ne peut pas le récuser. La conscience morale, qui crée en nous ce besoin de vérité, est indestructible...
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Oui, il y a une Vérité, il y a <em>la</em> Vérité. La Vérité est <em>une</em>. Devant tant de négations accouplées à tant d'idolâtries, devant ce maquis de vérités partielles qui s'entre-dévorent, nous devons affirmer l'existence d'une vérité transcendante à tout et qui embrasse tout. Nous la devinons par transparence dans l'ordre de l'univers et nous la sentons en nous, dans cet appel vers une pureté et une perfection qui nous manquent. Vous connaisez la belle formule de Kant: "Le ciel étoilé au-dessus de nos têtes et la loi morale en nous".
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Cela dit, nous n'admettons pas la séparation kantienne entre la raison pure et la raison pratique. Le fait que nous ne puissions rien percevoir hors du temps et le l'espace, ni rien penser hors des structures de la pensée, <em>ne prouve rien</em> contre la réalite objective des choses perçues et pensées. Par exemple, nous ne voyons que par nos yeux: depuis quand cela doit-il signifier que ce que nous voyons n'existe que dans nos yeux? Nous ne respirons que par nos poumons, nous ne digérions qu'avec notre estomac: cela prouve-t-il quelque chose contre la réalité de l'air et de l'aliment? L'isolement de l'inteligence depuis Kant (peut-être depuis Descartes...) qui contrait l'intelligence à l'autophagie --- la pensée condamnée à penser la pensée <em>au lieu de refléter l'être</em> --- est le grand schisme du monde moderne. L'être féconde la pensée, mais, si l'on coupe la pensée de l'être, elle ne remonte pas à partir d'elle-même jusqu'a l'être.
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Le reflet de l'être dans la pensée, c'est ici l'intuition irréductible d'une vérité totale --- même inconnue, même inconnaissable --- qui permet de sauver toutes les vérités partielles, <em>en les situant à leur niveaus et dans leurs limites</em>. Cela est vrai <em>par rapport à... dans la mesure où</em>... Hors de cette intuition régulatrice, on ne sait plus faire la <em>part du vrai</em> dans les choses, soit qu'on érige la vrais relatif en vérité absolue, soit que, par réaction, on le nie absolument. Simone Weil faisait remarquer que la métaphysique de Platon accorde sa place à la psychanalyse en tant que science, tandis que la philosophie freudienne élimine la métaphysique de Platon... Le regard d'en haut reconnaît l'existence des choses d'en bas, le regard d'en bas dénie l'existence aux choses d'en haut...
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<b>L'homme qui aime la vérité est toujours en marche.</b>
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Un adage oriental, qui est aussi très chrétien, dit ceci: "Celui qui cherche la Vérité est un sage, celui qui croit l'avoir trouvée est un fou, car la Vérité est un lieu où l'on n'arrive jamais." Le vrai devient faux quand on s'y arrête, quand on s'y installe... L'homme qui aime la vérité est toujours en marche, car on va à la Vérité comme saint Grégoire de Nysse dit qu'on va à Dieu: "par des commencements sans fin" --- Dieu à qui il sadresse ainsi: "Ô toi, <em>l'au-delà</em> de tout!
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Et on ne va pas à la Vérité --- à cette Vérité unique et transcendante qui fonde les vérités --- seulemente avec l'intelligence, on y va avec tout son être. "Il faut aller à la vérité de toute son âme" nous dit Platon. Certes, l'intelligence est en nous la faculté du vrai, mais elles a besoin, pour s'exercer et s'épanouir, du concours de nos autres facultés. Nous touchons ici à la distinction scolastique, qui me paraît essentielle, entre <em>l'ordre de spécification</em> et <em>l'ordre d'exercice</em>. Par exemple, les poumons sont l'organe spécifique de la respiration, mais tout de même, ils ne suffisent pas pour respirer: si je pendais mes poumons tout seuls dans le vide, eh bien! c'est bien simple, ils ne respireraient plus. Et pourtant, on respire par les poumons... De même, si je me séparais de mon intelligence, si je la laissais se débrouiller toute seule, elle n'arriverait ni à la Vérité ni à rien du tout: elle ne fonctionnerait plus.
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Bien sûr, par la réflexion philosophique nous pressentons déjà que, sans la Vérité absolue --- cette Vérité inconnue et inconnaissable ---, toutes les choses connues ou à connaître ne sont qu'apparences dépourvues de sens. Mais la réflexion philosophique est comme un premier pas vers la Vérité, et on doit nécessairement aller au-delà, on doit se donner tout entier, dès lors, il ne s'agit plus de réflexion pure mais de vie, de participation totale --- et donc d'amour. Ce n'est que par l'amour qu'on dépasse les apparences. "La vie est un songe, dit Calderón, un songe auquel on n'échappe que par l'amour."
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Pour nous, chrétiens, cet amour qui déchire la trame des apparences se nomme foi et charité; c'est une adhésion à un ordre de choses qui transcende le domaine de l'expérience et de la pure rationalité; c'est une aprticipation, par consentemente au mystère, à la vie divine, et par conséquent à la Vérité suprême. Autrement dit, nous sortons du rêve pour entrer dans le mystère, nous nous détournons des fausses lumières pour pénétrer dans la nuit. Une nuit où l'intelligence, unie à la foi, "s'efface en s'exerçant", comme dit Simone Weil. Voyez les métaphores de la nuit chez tout les mystiques...
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isi s'insère le prodige de la médiation divine. Dieu vient à notre rencontre, Il descend vers nous dans la personne de son Fils, Il se fait homme, Il se fait notre frère. Le Christ est le trait d'union entre notre infime esprit humain et le mystère de Dieu. "Je suis la Voie, la Vérité et la Vie." dans un petit livre fort peu connu, qui a été écrit sur Charles Du Bos, on cite une phrase admirable trouvée dans une lettre de labbé Zundel à Charles Du Bos, qui était alors très malade, une phrase qui dit tout en peu de mots: "Abandonnez-vous <em>à travers le Christ</em> à tout ce qu'il y a d'<em>inconnu</em> en Dieu."
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Enfin, si, pour reprendre l'image de Platon, l'âme est un miroir --- un miroir dont l'essence est plus dans l'object réfléchit que dans la matière qui le compose ---, eh, bien! c'est simple: il suffit de nettoyer le miroir pour que Dieu apparaisse. C'est le sens du mot de l'Évangile: "Bienheureux les coeurs purs." Suivre l'enseignement du Christ, c'est se rendre assez pur, assez pauvre (désencombré des biens de ce monde), pour laisser Dieu entrer en nous. Et je conclurai par cette parole de Simone Weil: "Au lieu de chercher à savoir si Dieu existe, il faut se mettre intérieurement dans une situation où Dieu, s'Il existe, ne peut manquer de venir à nous."
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-14689997538418946322013-07-08T16:59:00.000-03:002013-07-08T16:59:39.293-03:00Y a-t-il une Vérité? (I)<div align="justify">
<em>Ce texte a été établi d'après um enregistrement dactylographié (Lyon,1956) et le canevas manuscrit d'une conférence portanto le même titre, mais três postérieure à cet enregistrement. Conférences données sous ce titre dans les annés 1950, 1960 et 1970. </em>
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Je pense, au moment de m'adresser à vous --- pour vous parler d'um si grand sujet ---, je pense au mystère de la parole: on l'adresse aux autres, ele est comme une graine qu'on jette em eux, qui va s'y transformer, et on ne sait pas ce qui lèvera dans leur coeur. C'est une <em>génération équivoque</em>, comme disent les scolastiques. Cela devrait nous rendre três modeste. Il me souvient d'une fois où, après une conférence --- c'était em Suisse je crois ---, une dame est venue me trouver et m'a dit: "Monsieur, je vous dois tout. C'est une frase que vous avez dite, il y a quatre ans, qui m'a convertie. Maintenant, je suis baptisée, je suis heureuse." "Quelle était donc cette phrase, madame?" lui ai-je demande. Alors, ele m'a cité ma phrase, mais à l'envers! Elle avait compris le contraire de ce que je disais... Eh bien, le Saint Esprit devait soufller à ce moment-là, et il vaut mieux que nos pauvres paroles!
<br />
<br />
Nous avons donc à répondre à cette question, aussi imparfaitement qu'un homme peut le faire: y a-t-il <em>une</em> Vérité? <em>La</em> Vérité existe-t-elle?
<br/>
<br />
<b>Au-delà des vérités, y a-t-il une Vérité?</b>
<br />
<br />
Quelle que soit la définition qu'on donne du réel, il y a une affinité entre le réel et l'esprit de l'homme: l'esprit de l'homme a prise sur le réel; nous pouvons penser des choses vrais. Là-dessus, tout le monde est d'accord. Vous connaissez la définition du <em>vrai</em> par Aristote: <em>adequation rei et intellectus</em> ("adéquation entre les choses et l'intellignece"). Il y a donc <em>des</em> vérités, mais nombreuses, partielles, relatives. Et il y a aussi une échelle de ces vérités, elles ne sont pas toutes du même ordre:
<br />
<br />
--- <em>La vérité matérielle</em> concerne le témoignage des sens et se prolonge dans <em>la vérité scientifique</em> qui redresse, coordonne, approfondit le témoignage des sens, découvre les lois de la nature. Elle ne révèle pas le mystère du monde sensible, et son symbolisme profond lui échappe; mais elle en démonte et elle en exploite les mécanismes. Cette vérité scientifique évolue sans cesse: elle est approximative, mouvante, relative, indéfiniment perfectible, de Ptolémée à Einstein, d'Hippocrate à la médecine moderne... "La science cherche le mouvement perpétuel, dit Hugo, elle l'a trouvé: c'est elle-même!"
<br />
<br />
--- <em>La vérité psychologique ou affective</em>: les "sentiments vrais" sont des sentiments authentiques. Si je dis <em>authentiques</em> et ne dis pas <em>sincères</em>, c'est que la sincérité n'a rien à faire là-dedans: on peut être sincère tout en se mentant à soi-même. Quant à l'étude des sentiments d'autrui, ici, tout est question d'interprétation: on les interprète selon l'idée qu'on se fait de l'homme. Comme dit Gabriel Marcel: "Tout est vrai en psychologie". Où est la vérité psychologique de Don Juan? Les uns verront en lui un mystique dévoyé, les autres un infantile pervers...
<br />
<br />--- <em>La vérité morale</em>: elle inspire le juste dans sa conduite, une conduite conforme à la fois aux lois de l'harmonie intérieure personnelle est aux lois de l'harmonie sociale.
<br />
Mais la morale dépend des époques, des lieux, des religions, etc.
<br />
<br />
--- <em>La vérité esthétique</em>: on parle d'une "oeuvre vraie" par opposition à une oeuvre artificielle. c'est-à-dire <em>fabriquée</em> (avec tout le talent et l'habileté qu'on voudra...) Mais pourquoi Hugo sonne-t-il faux aux oreilles modernes, como Racine sonnait faux aux oreilles de Hugo?
<br />
<br />
--- <em>La vérité métaphysique</em>: elle porte, au-delà des phénomènes et des apparences, sur les causes premières et dernières. Mais cette vérité est incomplète et fragile: l'homme n'est pas qu'une intelligence...
<br />
<br />
Et la question demeure: au-delà des vérités multiples, partielle, relatives, provisoires, y a-t-il <em>une Vérité</em>? Une vérité absolue, une vérité en soi dont dépendent les vérités relatives --- une vérité totale dont dépendent les vérités partielles, une vérité éternelle dont dépendent les vérités
éphémeres et mouvants? Une vérité dont l'intuition obscure en nous soit le critère qui nous permet d'apprécier les autres vérités, de les situer, de voir leurs limites et leur hiérarchie: ce "point fixe" de Pascal, sans lequel tout les mouvements se contredisent les uns les autres?
<br />
<br />
Y a-t-il donc au-delà des apparences, du temps, de la mort, un esprit qui embrase dans son unité la totalité de l'Être et des êtres? Une intelligence à la mesure de toute chose? Un dieu? Le problème de <em>la</em> Vérité n'est pas autre chose, en définitive, que le problème de Dieu. C'est un problème théologique, même dans l'ordre naturel. Il s'agit de savoir si la vie a un sens ou bien si, selon le mot de Shakespeare, "la vie est une histoire racontée par un idiot et qui ne signifie rien".
<br />
<br />
Au fond, cette vérité, tout le monde y croit, y compris ceux qui la nient, chacun érigeant en absolu la vérité partielle qu'il possède:
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<br />
--- le relativisme proclame comme une vérité absolue que rien n'est absolu;
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<br />
--- pour le nihiliste, une chose au moins est vraie: c'est que tout est faux!
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<br />
--- le scientiste, lui, a foi en la science...
<br />
<br />
--- quant aux marxistes, s'ils nient la vérité en soi, c'est au nom de leur vérité à eux --- au nom du Parti ---, une vérité si transcendante à leurs yeux qu'elle exige et qu'elle justifie touts les sacrifices, y compris celui de la logique et celui de la morale individuelle! Tenez, j'ai lu récemment une de leurs affiches électorales qui commence ainsi: "L'Humanité, c'est la vérité", et qui, pour encourager les électeurs à venir aux réunions, finit par ces mots: "Prenez un rendez-vous quotidien avec la vérité." La vérité! Qu'est-ce que la vérité? C'est la question que Pilate posait au Christ et à laquelle le Christ n'a pas répondu. Eh bien! avec quinze francs par jour et des bonnes volontés impayables, on a la réponse! Avouez que c'est gentil cela, et simple, n'est-ce pas? Mais en retour, les marxistes exigent de leurs adeptes qu'ils suivent sans comprender. "Obéis d'abord, tu comprendras plus tard." Le sacrifice d'Abraham est peu de chose au prix des sacrifices qui sont demandés aujourd'hui 'a certains hommes, au prix surtout du sacrifice de ce qu'il y a de plus intime en eux: leur conscience.
<br />
<br />
Certes, cette philosophie du devenir enseigne que la vérité n'est pas, qu'elle <em>devient</em>, mais au nom de quoi? D'un principe qui se situe au-dessus du devenir! Tout change, sauf notre conception du changement. Tout est livré à la dialectique de l'Histoire, sauf cette dialectique elle-même, naturelmement: est-ce que le marxisme conçoit sa propre réfutation par l'Histoire? Non, cette lumière que éclaire le déroulement de l'Histoire et qui annonce la fin de l'Histoire ne peut être transcendante à l'Histoire... L'idée messianique de la Cité future, de la société sans classe où l'homme enfin <em>désaliéné</em> s'épanouira dans l'harmonie, cette idée se présente comme une vérité absolue. Et l'Église en qui s'incarne cette vérité revendique l'infaillibilité, autant dans la théorie que dans la praxis quotidienne: le dieu mouvant qui l'inspire est aussi exempt d'erreur que le Dieu immuable des catholiques. Et quand les faits semblent démentir la doctrine, on fait appel à la foi... On a ri des chrétins attendant la parousie, mais n'est-ce pas une parousie, toujours fuyante, que cette société sans classes et ce dépérissement de l'État dont on ne voit pas dessiner les moindres prémices?
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<br />
Continua...
<br />
<br />
Fonte: "Les hommes de l'éternel" - Mame, Paris, 2012
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Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-85489068244923021252013-04-30T21:41:00.001-03:002013-04-30T21:49:27.426-03:00Reflexão - do capítulo "O eu e a alma"<div align="justify">
O ódio implica sempre um mínimo de participação no mal. "Diz-me quem odeias, dir-te-ei quem és". O santo chora sobre o mau, não o odeia. O que nós odiamos no próximo é o nosso próprio pecado. Mas por que mecanismo? (porque não é uma lei universal, e nós podemos não odiar, nos outros, defeitos que possuímos). Precisemos: o mal que, sob a cor de virtude e indignação, nós odiamos mais nos outros, é o mal que reside em nós, não no estado manifesto e espontâneo (um libertino, por exemplo, não odeia os outros libertinos, a não ser em caso de rivalidade pessoal), mas, no estado de tentação, de perigo, é o mal contraído, recalcado, ou por timidez, impotência (é que a nossa alma, ai! não é bastante atrevida...) ou por imperativos morais suficientemente fortes para impedirem o pecado de se exteriorizar, mas demasiadamente fracos para lhe destruir as raízes no nosso coração. Ninguém, por exemplo, aborrece mais a luxúria do que as "solteironas" roídas de desejos inconfessáveis. "Vê com que olhos a virtude me detesta", diz D. João de Rostand...
<br />
<br />
A argumentação vale talvez para o ódio do mal, objectar-se-á. Mas para o ódio do bem? Aqueles que odeiam o bem (e Satanás, em primeiro lugar) não são os seres mais perversos, aqueles que não albergam em si bem algum? Responderei que a mesma lei se aplica ao ódio do bem. Os perseguidores, os sádicos, aqueles que odeiam "gratuitamente" a virtude e a santidade são maus, certamente, mas maus que trazem (ou antes, trouxeram) no coração um germe de virtude ou de santidade que eles de lá arrancaram. O espetáculo da pureza é para eles insuportável, porque lhes reaviva a ferida causada por este abortamento, porque os comprime entre o possível de ontem e o impossível de hoje. Odeia-se mais do que tudo o que se teria podido possuir e por nossa culpa se perdeu, a altura para a qual estávamos feitos e que nos desespera de jamais poder atingir. O ódio irredutível do bem procede da agonia e do desespero do bem em nós (é por excelência o caso do demônio); o sádico é um místico frustrado. A alma a quem Deus recusou toda a semente de heroísmo ou de santidade, o ser incuravelmente vulgar e medíocre (a vulgaridade, a mediocridade são talvez mais opostas ao bem supremo do que o mal) não se irrita diante dos actos dos heróis ou dos santos; as suas reações perante as formas supremas do bem são paralelas às da alma perfeitamente pura em face do mal: espanta-se e não compreende, vê nisso uma loucura que merece o riso ou a piedade, e se, no caso de fracasso, ele se torna perseguidor, é sem paixão e por motivos de conformismo social. Havia, certamente, mais possibilidades divinas (renegadas e maculadas) naqueles que crucificaram Jesus Cristo do que naqueles que o desconheceram sem o odiar. Caifás e Judas, em certo sentido, estavam mais perto de Jesus do que Pôncio Pilatos...
<br />
<br />
Fonte: "O olhar que se esquiva à luz" - Livraria Figueirinhas - Porto, 1957
</div >Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-27358291934158357162013-04-13T16:19:00.000-03:002013-04-13T16:19:56.502-03:00Prece da felicidade terrestre<div align="justify">
O meu coração envelheceu à maneira dum véu: a usura dos dias tornou-o mais transparente e mais suave. A árida tensão, o triste oscilar da balança entre a carne e o espírito, a dor que vem a pós as vitórias da alma e o remorso que segue os triunfos dos corpo --- tudo isso não é mais do que a lembrança dum mau sonho. O meu espírito fez-se carne e esta tornou-se espírito. Sinto com o meu pensamento e penso com os meus sentidos. Não sou mais esta carne rebelde que desperta apetites contra o espírito, nem um espírito cioso que se separa da carne. Reuni as duas metades do meu ser: enfim, sou um homem!
<br/><br/>
Na embriaguez dos sentidos, encontrei a inocência, e o deslumbramento da felicidade ensinou-me a humildade. Não recusei nenhuma alegria, não repeli nenhum sofrimento --- contanto que fossem reais. Não conheço senão três inimigos --- três mentiras: o orgulho em que o <em>eu</em> devora a alma, a avareza que tudo quer para si e a vaidade, que se alimenta de fumo. Todos os meus amores e alegrias reuni num feixe único e jamais consentirei separar uma só espiga. Falam-me de opção e eu respondo: unidade.
<br/><br/>
Não sou cego e sei o que me espera. Ouço a moral estreita, a antiga prudência (a dos hábeis e não dos sábios, porque a loucura é para a verdadeira sabedoria o que o sal é para o mar --- como já Platão dizia) murmurar-me aos ouvidos: que farás tu, homem apanhado no visco dos prazeres efêmeros e rebelde à renúncia, quando soar a hora inevitável da prova? Que farei? --- sofrer em todo o meu ser. Não tendo sabido nem querido libertar-me, sentirei a libertação forçada: terei amanhã verdadeiros sofrimentos, como hoje tenho verdadeiras alegrias. Mas vós, cuja virtude não ousa tocar os frutos da terra, e não conheceis o agridoce sabor e o antegosto de morte e eternidade que deixam na alma, de que sereis privados quando a tempestade tiver devastado o pomar?
<br/><br/>
A vossa libertação dos bens presentes não será uma segurança contra os males futuros? O mesmo vento vos arrastará, uns e outros, mas eu, cujas raízes mergulharam na terra maternal e enganosa, sofrerei mais do que vós, que antecipadamente vos transformastes em folhas mortas. E encontrareis sempre um refúgio, um penhor, na estéril altivez da vossa virtude, que se basta a si própria, enquanto eu, separado de tudo o que amo, terei perdido todas os incentivos de viver, e o orgulho, a fidelidade a mim mesmo, não me servirão de nenhum auxílio. Então, só as mãos de Deus poderão curar a minha ferida, só o amor infinito poderá corresponder ao meu desespero.
<br/><br/>
Fonte:"O olhar que se esquiva à luz" - Livraria Figueirinhas - Porto, 1957
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-60270202764180531412013-04-12T17:59:00.000-03:002013-04-30T21:48:31.455-03:00Reflexão - do capítulo "Lei para o alto e lei para baixo"<div align="justify">
<em>Parábola das aves do céu e dos lírios dos campos.</em>
<br/>
--- Certamente, a vida é mais alguma coisa do que o alimento, mas ela não pode subsistir sem nos alimentarmos e vestirmos. As aves do céu, "que não têm
abrigo nem celeiro, e os lírios do campo, que não fiam nem tecem", sucumbem quando o rigor do Inverno suspende os benefícios da Providência. "Vosso Pai
sabe aquilo de que necessitais". Mas apraz a Deus desviar o curso natural das coisas para satisfazer as necessidades dos seus eleitos? O mesmo sol e a mesma chuva não incidem igualmente sobre os justo e os pecadores? Estas objeções aumentam de peso, se pensarmos que os mesmos lábio divinos, que exprimem aqui a fé nas solicitudes <em>temporais</em> da Providência (os cabelos da vossa cabeça são contados... tudo o mais vos será dado por acréscimo...) deixarão cair mais tarde este grito desesperado: "Meu Pai, por que me abandonaste?" É mister pensar também que, se este "acréscimo" temporal prometido por Cristo fosse a recompensa <em>automática</em> do abandono à Providência, tal abandono perderia todo o seu valor sobrenatural e não seria mais que subterfúgio desta providência terrestre que Cristo condenou.
<br/><br/>
As palavras de Cristo significam apenas isso: não tenhais apego aos bens deste mundo e, se assim procederdes, tereis tanta probabilidade de os alcançardes como se fizésseis toda a diligência em adquiri-los, pois que o nosso destino, mesmo temporal, não depende exclusivamente dos nossos esforços ou nossa previdência, e o excesso de solicitude leva-nos muitas vezes ao revés como o excesso de negligência.
<br/><br/>
Por conseguinte, se deveis morrer, como as aves do céu e os lírios dos campos, nos dias de Inverno, que importa este acidente, visto que por vossa confiança tereis amontoado um tesouro <em>inesgotável</em> no céu? Esta última palavra é a chave da parábola. Por maiores que sejam os tesouros acumulados pela prudência carnal, todos eles se esgotam e frequentes vezes a nossa própria vida acaba antes. Um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, que importa? De que valem dias finitos e bens caducos? O Evangelho ensina-nos a arte de viver acima do tempo (e esta vida não depende do sustento e do vestuário) e não a arte de nos prolongarmos no tempo.
<br/><br/>
Fonte: "O olhar que se esquiva à luz - Livraria Figueirinhas - Porto, 1957
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-60053361667811063052013-03-30T16:18:00.000-03:002013-03-30T16:18:09.456-03:00La idolatría del placer<div align="justify">
<br/>
LA IDOLATRÍA DEL PLACER, UN CALLEJÓN SIN SALIDA
<br/><br/>
Un lector me reprocha que insista demasiado en las nociones de deber, de esfuerzo, de disciplina, y que no preste suficiente atención al placer. Para mí, afirma, la existencia más deseable es la que comporta el máximo de placeres y el mínimo de penas. Le he respondido que yo era de la misma opinión, aunque había que aclarar el tema con algunas precisiones.
<br/><br/>
EL PLACER ES MEDIO, NO FIN
<br/><br/>
En primer lugar, ¿qué es el placer? Sin entrar en la distinción entre placer, alegría, dicha, etc., atengámonos a la excelente definición de un diccionario: “<em>estado afectivo agradable, unido a la satisfacción de un deseo o de una tendencia, al ejercicio armonioso de una actividad </em>”.
Hay, pues, tantos placeres como deseos, tendencias y actividades: placeres de los sentidos, placeres del alma, placeres del espíritu. Y una jerarquía en esta diversidad. ¿Quién negará que el placer de contemplar un bello paisaje o de ejercer una actividad creadora es cualitativamente superior al placer de comer? Pero, dados los límites del ser humano, esta jerarquía de valores implica necesariamente disyuntivas y exclusiones. Entre dos placeres que se ofrecen a la vez (por ejemplo, asistir a un espectáculo divertido, pero insustancial, o pasar la velada con un amigo muy querido), es preferible elegir el más profundo y enriquecedor.
Pero hay que ir más lejos. El placer es la resonancia subjetiva de la acción, pero no es su principio, ni su fin, y nunca debe ser la única guía de la conducta. El hombre ha nacido para realizar su naturaleza y no para disfrutar a toda costa y en cualquier circunstancia. El fin de la nutrición es la conservación de la vida y no el placer de comer (se come para vivir, no se vive para comer); el fin del amor sexual no es la voluptuosidad ligada a la unión carnal, sino, de una parte la procreación y, de otra, la fusión entre dos destinos, unidos “para las alegrías y para las penas”. El fin de la actividad intelectual no es el placer de conocer, sino el desarrollo del espíritu por la posesión de la verdad. El placer viene dado gratuitamente, por añadidura. Hay que acogerlo como un don y no exigirlo como una deuda.
<br/><br/>
EL HEDONISMO DESVIRTÚA EL PLACER
<br/><br/>
Lo que reprocho al hedonismo no es que prefiera el placer al sufrimiento, sino que lo aísle, que lo desvirtúe y que, al separarlo de su fin y de su contexto —el esfuerzo, la lucha, la entrega, el deber moral y social—, produzca resultados diametralmente opuestos al fin buscado. Lo que resumo en dos puntos.
<br/><br/>
1. La idolatría del placer conduce casi siempre a sus víctimas a sacrificar los placeres más nobles a los más mediocres, si no a los más bajos. El lenguaje corriente no se equivoca: cuando se habla de un hombre “entregado al placer”, a nadie se le ocurre pensar que este hombre se dedica a los goces del alma o del espíritu. ¿Por qué? Porque los placeres inferiores se ofrecen de inmediato y sin esfuerzo, mientras que los placeres superiores exigen una preparación, un aprendizaje, etapas de maduración y de espera, cosas que no proporcionan necesariamente placer. El niño al que se le lleva por primera vez a la escuela, raramente va de buena gana: será más tarde cuando descubrirá los goces de la cultura. Los placeres más elevados y más duraderos son placeres diferidos: el trabajo, la disciplina, la victoria sobre uno mismo, juegan ahí el mismo papel que las inversiones en economía: la adquisición y la puesta en marcha de los medios de producción preceden a la difusión de los bienes de consumo.
<br/><br/>
RUTINA INSÍPIDA
<br/><br/>
2. El esclavo del placer compromete también los placeres sensibles a los cuales sacrifica todos los otros. Pues quien desea con avidez goces continuos desconoce la ley de alternancias y contrastes que rige la intensidad y la cualidad de nuestras alegrías sensibles. El desagrado de tener hambre agudiza el placer de comer, el rigor del frío hacer apreciar un buen fuego, la fatiga del trabajo alimenta las delicias del descanso. Todo placer responde a la satisfacción de una necesidad, y si ésta no ha llegado a madurar, también su satisfacción se frustra. De ahí el efecto negativo de un confort total y permanente, en donde el bienestar es tan habitual que deja de ser percibido. Se pretende entonces huir del aburrimiento multiplicando y falsificando los placeres, pero el hastío reaparece, agravado e incurable, en el fondo del placer, que se ha convertido en rutina insípida y en vana tentativa de evasión. El lúgubre testimonio de tantas vidas vacías y blandas es más elocuente que las palabras.
Esta es la contradicción interna en la que desemboca la religión del placer. Al buscar éste sin tener en cuenta sus condiciones y sus causas, el placer se marchita antes de tiempo como una flor privada de sus raíces, de forma que el hombre, mutilado en su esencia y en su fin, acaba por frustrar su vida.
<br/><br/>
Fonte: "Aceprensa" 9 de Abril de 1975. [Texto extraído do site: "Una Mujer, Una Voz" : http://unamujerunavoz.org/idolatria-del-placer/]
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-61673634621381809512013-03-30T12:16:00.000-03:002013-03-30T12:16:44.994-03:00Réflexion<div align="justify">
<em>Conversation avec J. et Mère M.D.</em> à propôs de l'abandon du costume religieux. --- "L'habit ne fait pas le moine", je le sais. Mais qu'est-ce
qui fait le moine? La vocation spirituelle dont l'habit est le signe extérieur. Alors, pourquoi séparer le signe su signifié? Um soldat sans uniforme
sera-t-il plus discipline et plus courageux? Ne pas oublier que l'habit, les disciplines, les rites sont des apparences sensibles dont la fonction est
de nous rappeler la réalité invisible de la vocation. Une vocation où se mêlent la plupart du temps des éléments psychologiques aussi superficiels et
beaucoup plus inconsistants que les signes extérieurs. Il y a, dans la volonté de se défaire de ces derniers, la conviction que le psychologique suffit
à étayer le spirituel. Plus encore: on confond le spirituel et le psychologique. Alors qu'il y a plus de réalité, de densité, de continuité --- et, em fin
de compte, <em>plus d'ame</em> --- dans l'habit du moine que dans le états d'âme du moine! L'habit protege le moine contre lui-même --- contre ses
humeurs, ses passions et ses illusions. Comme le spirituel --- avec cette différence que son influence s'exerce du dehors au dedans --- il rappelle
l'homme à l'universel. Il rend, à as manière, témoignage à l'Esprit. C'est un miroir. Que le témoignage puisse tourner à l'alibi et le miroir se changer en masque, c'est bien certain. Mais le psychologique ne fabrique-t-il pas sans cesse des álibis plus substantiels et des masques plus trompeurs?
<br/>
(C. XL. --- 26.10.68)
<br/><br/>
Fonte: "Parodies et mirages ou La décadence d'um monde Chrétien" - Éditions du Rocher, 2011
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-5445046880374257772013-02-01T19:31:00.000-02:002013-02-01T23:17:46.651-02:00Convidada: Simone Weil<div align = "justify">
<br/>
En 1938 pasé días en Solesmes, del domingo de Ramos al martes de Pascua, siguiendo los oficios. Tenía intensos dolores de cabeza y cada sonido me dañaba como si fuera un golpe; un esfuerzo extremo de atencíon me permitía salir de esta carne miserable, dejarla sufrir sola, abandonada en su rincón, y encontrar una alegría pura y perfecta en la insólita belleza del canto y las palabras. Esta experiencia me permitío comprender mejor, por anología, la posibilidad de amar el amor divino a través de la desdicha. Evidentemente, en el transcurso de estos oficios, el pensamiento de la pasión de Cristo entró en mí de una vez y para siempre.
<br /><br/>
Se encontraba allí un joven católico inglés que me transmitío por vez primeira la idea de la virtud sobrenatural de los sacramentos, mediante el resplandor verdaderamente angélico de que parecía revestido después de haber comulgado. El azar --- pues siempre he preferido decir azar y no providencia --- hizo que aquel joven resultara para mí un verdadero mensajero. Me dio a conocer la existencia de los llamados poetas metafísicos de la Inglaterra del siglo XVII y, más tarde, leyéndolos, descubrí el poema del que ya le leí una traducción, por desgracia muy insuficiente, y que lleva por título <em>amor</em>. Lo he aprendido de memoria y a menudo, en el momento culminante de las violentas crisis de dolor de cabeza, me he dedicado a recitarlo poniendo en él toda mi atencíon y abriendo mi alma a la ternura que encierra. Creía repetirlo solamente como se repite un hermoso poema, pero, sin que yo lo supiera, esa recitación tenía la virtud de una oración. Fue en el curso de una de esas recitaciones, como ya le he narrado, cuando Cristo mismo descendió y me tomó.
<br/><br/>
He aquí el poema en una traducción que me han hecho:
<br/><br/>
<div align="center">
<em>El amor me acogió, más mi alma se apartaba,<br/>
culpable de polvo y de pecado.<br/>
Pero el Amor que todo lo ve, observando<br/>
mi entrada vacilante<br/>
se acercó hasta mí, diciéndome con dulzura:<br/>
¿Yo, el malvado, el ingrato? ¡Ah, mi amado!<br/>
yo no puedo mirarte.<br/>
El Amor tomó mi mano y replicó sonriente:<br/>
¿quién ha hecho esos ojos sino yo?<br/>
Es cierto, señor, pero yo los ensucié; que mi vergüenza<br/>
vaya donde se merece.<br/>
¿Y no sabes, dijo el Amor, quién ha tomado sobre si la culpa?<br/>
¡Mi amado! Entonces, podré quedarme<br/>
Siéntate, dijo el Amor, y degusta mis manjares.<br/>
Así que me senté y comí.
<br/><br/>
</em>
</div>
Fonte: "A la espera de Dios" (1942)
<br/><br/>
O autor do poema "Love" é George Herbert (1593-1633).<br/>
Poema original:<br/>
Love bade me welcome; yet my soul drew back,<br/>
Guiltie of dust and sin.<br/>
But quick-ey'd Love, observing me grow slack<br/>
From my first entrance in,<br/>
Drew nearer to me, sweetly questioning<br/>
If I lack'd anything.<br/>
A guest, I answer'd, worthy to be here.<br/>
Love said, You shall be he.<br/>
I, the unkinde, ungrateful? Ah, my deare,<br/>
I cannot look on thee.<br/>
Love took my hand and smiling did reply:<br/>
Who made the eyes but I?<br/>
Truth, Lord; but I have marr'd them; let my shame<br/>
Go where it doth deserve.<br/>
And know you not, says Love; who bore the blame?<br/>
My deare, then I will serve.<br/>
You must sit down, says Love, and taste my meat.<br/>
So I did sit and eat.<br/>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-68607842231191698812012-12-03T11:04:00.000-02:002012-12-03T22:15:17.741-02:00"L'amour et l'occident"
<div align="justify">
Ce livre<sup>1</sup> peut choquer --- j'avoue personnellement qu'il froisse mon sens catholique de l'unité et de l'harmonie --- mais il est impossible qu'il ne <em>touche</em> pas. Une pensée ardente et créatrice s'y déploie; les idées sont neuves, la langue est neuve; l'erudition (qui ne laisse pas d'être considérable) est si bien amalgamée à la vivante originalité des thèses qu'elle perd toute pesanteur; tout cela se lit avec intéret et se relit avec passion. Que M. de Rougemont voie toujours juste, je ne me chargerai pas de l'établir: ce qui est certain, c'est qu'il voit toujours loin et profond, et il advient souvent que l'esprit, entraîné par sa dialectique, a besoin de se raidir contre cette séduction qui émane de toute profondeur, même si cette profondeur est erronée.
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<br />
M. de Rougemont s'attache à creuser la notion occidentale de l'amour des sexes, de cet amour "idéal" hanté d'absolu et éternellement insatisfait. Il en trouve l'essence dans le mythe médiéval de Tristan et d'Iseult, dont il donne une interprétation aussi nouvelle qu'étincelante. Selon lui, cette forme courtoise et chevaleresque de la passion, née au moyen âge, cet amour qui liait le chevalier à sa dame, procède historiquement de l'hérésie manichéenne des Albigeois: il est d'origine essentiellement religieuse; loin d'être, comme on le croit communément, une sublimation de l'amour sensible, il représente une dégradation de l'amour spirituel, une déviation de l'élan mystique. La sexualité ne joue ici qu'un rôle extérieur et matériel, elle est un prétexte, un vêtement; l'âme de cet amour, c'est le retrait de l'inspiration religieuse sur elle-même, l'isolement narcissique du désir et, par conséquent, que les amants le sachent ou qu'ils l'ignorent, la négation de tout amour et de toute vie authentiques (la sexualité y comprise!) et ce culte secret de la mort qui réside au fond de toute mystique invertie. D'où ce caractère tragique de la passion, les obstacles qu'elle rencontre, la "pureté" inhumainde qu'elle exige et le trépas qui la couronne. "Une seule réponse est ici digne du mythe; Tristan et Iseult ne s'aiment pas, ils l'ont dit et tout le confirme... Tristan aime à se sentir aimé bien plus qu'il n'aime Iseult la blonde. Et Iseult ne fait rien pour retenir Tristan près d'elle, il lui suffit de son rêve passionné. Ils ont besoin l'un de l'autre pour brûler, mais non de l'autre tel qu'il est; et non de la présence de l'autre, mais bien plutôt de son absence! La séparation des amants résulte ainsi de leur passion même... D'où les obstacles multipliés par le roman; d'où l'indifférence étonnante de ces complices d'un même rêve au sein duquel chacun reste seul; d'où le crescendo romanesque et la mortelle apothéose... L'amour de l'amour dissimule une passion beaucoup plus terrible, une volonté profondément inavouable: sans le savoir, les amants, malgré eux, n'ont jamais désiré que la mort!" Condamnés, comme tous les idolâtres, à boire leur propre soif, Tristan et Iseult se heurtent à l'impossible et font de l'amour une route de soufrances qui débouche sur la mort. Mais ce qui les torture ainsi, ce n'est pas l'autre, ce n'est pas l'amour de l'autre, c'est leur <em>moi aimant</em> qui, replié sur lui-même, tente vainement de boucler la boucle divine.
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Parti du moyen âge, l'auteur étudie, avec cette espèce de pénétration magnétique qui est l'âme de son talent, les multiples dégradations du mythe de Tristan et d'Iseult dans la littérature et les moeurs. Qu'il s'agisse de Don Juan (cette antithèse manichéenne de Tristan), de Werther, de René ou d'Adolphe, ou de ces Tristan diminués qui courent d'une Iseult à l'autre et dont "l'amour", fruit d'une double impuissance, n'est qu'un mélange de rêverie sentimentale et de boue charnelle, tous ces hommes communient, sous des espèces diverses, au même irréalisme et à la même folie; on constate chez tous la même opposition entre ce qu'ils appellent l'amour et les nécessités biologiques et morales de la nature humaine: l'amour pour eux est ce qui tue, ce qui brûle à grand feu les grandes âmes, à petit feu, voire à feu doux, les petites. Et le mariage, dans la mesure où il tient compte des nécessités de la vie animale et sociale, devient logiquement le tombeau de l'amour.
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M. de Rougemont conclut par une analyse constructive. Face au problème de l'antinomie entre l'amour et le mariage, quelle est la voie de salut? Dans la réforme de l'amour. Il faut que la passion romanesque (qui n'est qu'une forme déguisée de l'adoration de soi) s'efface devant l'affection pour l'autre et la fidélité créatrice envers une <em>personne</em> étrangère aimée telle qu'elle est et choisie librement, arbitrairement entre toutes, au-dessus de toutes les promesses et de toutes les menaces du destin. "Choisir une femme pour en faire son épouse, ce n'est pas dire à Mlle Untel: "Vous êtes l'idéal de mes rêves, vous comblez et au-delà tous mes désirs, vous êtes l'Iseult toute belle et désirable dont je veux être le Tristan". Car ce sera là mentir et l'on ne peut rien fonder qui dure sur le mensonge... Choisir une femme pour en faire son épouse, c'est dire à Mlle Untel: "Je veux vivre avec vous telle que vous êtes... et voilà la seule preuve que je vous aime" ". Ce choix s'opère, suivant le mot de Kierkegaard, "par la vertu de l'absurde": c'est un saut définitif dans l'inconnu, une sorte de geste créateur qui se déploie sna connaître ses vrais causes, son vrai sens et sa vraie fin. "La fidélité est sans raisons---ou elle n'est pas--- comme tout ce qui porte une chance de grandeur"...
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1. Denis de Rougemont, <em>L'Amour et l'Occident</em>, Plon, collection "Présences".
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On pourrait quereller longuement M. de Rougemont sur ce qu'il dit, et sur ce qu'il ne dit pas: une pensée aussi riche que la sienne est grosse de discussions infinies. Je me bornerai à effleurer deux points: le mythe de "l'amour courtois" et le fondement de la fidélité conjugale.
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Le problème de l'amour idéalisé me paraît beaucoup plus complexe dans ses données et sa solution que la thèse de M. de Rougemont ne la laisse pressentir. J'ai peine à croire que cet amour soit formellement une hérésie religieuse; j'y vois plutôt une tentative, infiniment fragile et menacée, de divinisation de l'amour humain. dans tous les domaines, le romantisme est un pas qu'il faut franchir pour parvenir à la pleine possession de la réalité <em>spirituelle</em>: l'illusion est au seil de toutes les grandes choses. ---Narcissisme? Soit. mais quel amour ici-bas, y compris l'amour divin--- les mystiques le disent assez" --- ne <em>commence</em> pas au narcissisme? Inadaptation au réel et culte de la mort? Il est clair --- et c'est en ceci que la position de M. de Rougemont est forte --- que cet élan dirigé vers la rálité éternelle e la personne, mais en même temps si imparfait, si offusqué par les vapeurs de la chair et du moi, verse fatalement, s'il manque son but, dans le culte de la mort --- ou de la boue. Il n'y a pas de fausses grandeurs, il n'y a que des grandeurs avortées. Le rêve est dépassé dans la <em>Divine Comédie</em> (cette Béatrice irréelle dont les yeux ne renvoyaient d'abord au poète que sa propre image, devient le miroir humain en qui la divinité se reflète); il ne l'est pas dans le <em>Roman de Tristan et d'Iseult</em>. L'hérésie que dénonce l'auteur n'est pas dans l'amour romanesque en soi; elle est dans l'amour romanesque qui refuse de mûrir.
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Une atmosphère de grandeur inhumaine entoure, chez M. de Rougemont, le drame (car c'en est un) de la fidélité des époux. Déçu par l'absurdité de la passion, l'auteur se retourne tout d'une pièce vers l'absurdité du vouloir: le seul fondement le l'amour réside pour lui dans une crispation héroïque de la volonté créatrice. Je vois là un "personnalisme" qui me semble empiéter un peu sur les droits de la personne divine: le monde --- y compris l'amour des sexes --- me semble beaucoup plus <em>créé</em>, beaucoup plus achevé que l'accent général du livre nous le ferait croire! J'y vois aussi un irrationalisme périlleux. M. de Rougemont reste captif de l'affectivisme absolu du romantisme: il se borne à revêtir cet affectivisme d'austérité et de grandeur. Mais je ne crois pas à la vertu de l'absurde, même quand l'absurde se marie à l'héroïsme! Ce cri: "Je t'aimerai toujours!" ne peut avoir pour caution dernière que la conscience d'un amour appréhendé en nous comme éternel, comme inhérent à l'essence même de notre âme; il n'engage l'avenir que dans la mesure où il dépasse le temps: je sais que je t'aimerai toujours comme je sais que je serai toujours moi-même. La fidélité des amants s'appuie sur cette perception intérieure d'un sentiment éternel en qui l'éternelle volonté de Dieu se traduit plutôt que sur un décret arbitrairemente éternel de notre propre volonté. Elle se réfère à cette <em>évidence</em>: Dieu nous a créés tels que nous devons nous aimer toujours, et non à cette <em>résolution</em>: notre volonté créera notre amour! M. de Rougemont pousse sa réaction contre le romantisme jusqu'à... un nouveau romantisme!
Au subjectivisme de l'imagination qu'il dénonce avec tant d'éclat, il substitue un subjectivisme de la volonté. L'époux qui est fidèle "sans raisons" n'est fidèle qu'à lui-même, et cela --- je fais appel à tous ceux qui aiment --- cela n'est pas de l'amour! L'amour vrai, sentiment d'une <em>communios</em> immortelle, présence vécue le l'autre en nous, englobe et dépasse l'amour-passion et l'amour-volonté: il a besoin, certes, de l'un et de l'autre (une partie de son charme et de son élan sort de la passion et la volonté le protège contre la fragilité de l'eternel m^lé au temps), mais l'un et l'autre, dès qu'on veut en faire le tout de l'amour, se ramènent à deux formes opposées de l'amour de soi.
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L'auteur dénonce comme étranger à l'amour l'<em>amo amare</em> des amants courtois; son <em>volo amare</em>, pour être plus près de la grandeur, n'en reste pas moins loin de l'amour: le cercle du moi n'est pas franchi. On conçoit très bien, aux antipodes du Tristan romantique, le suicide actif d'un Tristan "personnaliste" rivé, en vertu de son élection arbitraire et de sa foi en l'absurde, auprès d'une Iseult aussi fermée et aussi lointaine que la reine aux cheveux d'or du mythe médiéval. Qui pourrait nier --- et M. de Rougemont a montré cela avec une inégalable grandeur --- que l'élan aride de la volonté et la confiance en l'absurde (en un absurde apparent derrière lequel se dissimule une raison supérieure) ne soit nécessaire, aux heures de crise, pour assurer la fidélité et purifier l'amour? Mais ce rôle du vouloir ne peut être que secondaire et accidental; il tient à la misérable condition de l'homme et non à la nature de l'amour. La fidélité, dans son essence, ne repose pas sur un acte gratuit de la volonté, mais sur la conscience et l'attrait de l'éternel.
<p align="right">Temps présent (21 juillet 1939)</p>
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Fonte: "Gustave Thibon" - Les Dossiers H - Ed. L'Age d'Homme - 2012
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-31402557035709704652012-12-01T12:30:00.000-02:002012-12-01T12:46:47.899-02:00La misère et l'amour<div align="justify">
Je relisais dernièrement l'essai de Péguy sur le <em>Jean Coste</em> d'Antonin Lavergne. J'y retrouvais, comme partout ailleurs chez Péguy, ce sérieux profond qui situe spontanément sa pensée au coeur éternel des problèmes. L'essai sur Jean Coste date, je crois, des environs de 1900. Péguy, qui ne devait accéder à la foi explicite que plus tard, Péguy encore imbu de tous les mythes de l'époque mais pressentant dejà la vérité centrale que ces mythes exploitaient en la déformant, retrouve, en vertu le la seule densité intérieure de sa pensée, la racine humaine et divine des questions qui le tourmentent. Le langage de ce militant socialiste est déjà théologique et presque théologal: tout ce que l'âme humaine a de "naturellement chrétien" s'exprime ici dans sa force. Il est en effect un degré de réalisme et de profondeur à partir duquel l'homme rejoint fatalement la vérité chrétienne. Dès que l'incroyante est assez pur dans sa pensée et dans son coeur, c'est Dieu qu'il étreint sans connaître encore son nom...
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Dans l'essai sur Jean Coste, Péguy distingue, avec une pénétration qui atteint d'emblée le noeud vital du débat, entre le problème de la misère et le problème de l'égalité. Le sentiment de fraternité qui nous incline à la pitié envers les déshérités, n'a pas de commune mesure avec la fièvre d'égalité qu'alimente l'envie à l'égard des privilégiés: "Autant il est passionnant, inquiétant de savoir qu'il a encore des hommes dans la misère, autant il m'est égal de savoir si, hors de la misère, les hommes ont des morceaux plus ou moins grans de fortune". L'amour des pauvres est de tous les temps, de tous les lieux, de tous les peuples, de toutes les formes de civilisation, il faut partie du patrimoine essentiel de l'humanité: celui qui, en face des misérables, ne sent pas son coeur se déchirer et s'ouvrir n'est pas pleinement un homme. L'égalitarisme au contraire ne fleurit qu'aux époques d'anarchie et de décadence: il n'est qu'une excroissance accidentalle et souvent impure sur le visage éternel de la charité.
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La confusion a existé cependant, et Péguy l'a jugée assez dangereuse pour croire devoir la dénoncer. C'est un des spectacles plus affligeants du monde moderne que la prostitution des sentiments éternels de l'humanité aux jeux mutilants de la plus basse des politiques: celle des partis. Depuis 1789, l'amour des pauvres fut mis sans vergogne au service de la révolte et d l'utopie égalitaires; il devint une espèce de monopole, d'exclusivité des partis de gauche. Quant aux partis dits de droite, ils favorisèrent trop souvent cette usurpation, soit par leur inertie, soit par leur ignorance des exigences de la justice et de l'amout. Comme si la fraternité commençait en 1789! Sans parler des morales antiques et païennes, est-ce que l'enseignement du Christ était de droite ou de gauche? Et peut-on mettre une étiquette politique sur saint Vicent de Paul dont le spetacle de la misère humaine ravageait le coeur ou sur Bossuet rappelant aux grands l'éminente dignité des pauvres dans l'Église? En réalité --- on a honte d'insister sur cette évidence --- l'amour des pauvres n'est ni de droite ni de gauche; il est de partout, il est du ciel qui domine, éclaire et féconde les quatre coins de l'univers.
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L'amour des pauvres vient du ciel, et il décline dans le coeur des hommes à mesure que ceux-ci s'éloignent du ciel. A-t-il jamais été plus bas qu'aujourd'hui? Plus la misère grandit, plus la pitié décroit: la plupart des hommes n'ont d'yeux et de coeur que pour eux-mêmes. Dans une époque où l'absourdité de l'égoïsme éclate avec une évidence solaire, il est encore des Français, il est encore des chrétiens qui songent à se sauver seuls. Grâce à leur fortune ou à leurs moyens d'échange, ils échappent à la disette générale, et ils ne songent pas un instant devant leur table bien garnie ou leur armoire aux réserves qu'ils se repaissent de la faim des autres. Ils ressemblent à un passager qui, encore au sec dans sa cabine du pont supérieur, ne s'inquiétarait pas de l'eau qui emplit les cales... Si l'on ne savait que le premier effet de l'égoïsme est de rendre l'homme insensible à son propre intérêt, on serait tenté de leur crier: par pitié pour vous-mêmes, songez aux autres!
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Ces privilégiés sont rares, peut-on répondre, et nous sommes tous plus ou moins misérables. Raison de plus pour se pencher sur les autres et pour partager les maigres biens que la Providence nous envoie. En provençal, on appelle "aumône fleurie" l'aumône qu'un pauvre fait à un autre pauvre. Ne laissons pas s'écouler les sombres heures présentes sans cultiver cette fleur de charité.
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Je songe surtout à ceux qui, sans prendre conscience de leurs devoirs personnels, attendent mollement d'être sauvés par les autres. Se doutent-ils qu'il existe, à la portée de leur coeur et de leurs mains, des malheureux qui attendent d'être sauvés par eux? Tant qu'un seul Français souffrira de la faim par notre faute, ne cherchons pas trop à l'étranger les causes de notre malheur et les raisons de notre espérance. Le gage le plus certain de notre salut est notre communion intérieure, notre amour vivant et agissant du prochain. Et peut-être est-ce là le signe que Dieu attend pour nous accorder notre délivrance extérieure. Car ceux-là seuls méritent de vivre qui vivent au-delà d'eux-mêmes...
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<p align="right">Demain (23 août 1942)</p>
Fonte: "Gustave Thibon" - Les Dossiers H - L'Age d'Homme - 2012
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-67420558667701222672012-11-27T10:38:00.000-02:002012-11-27T10:38:48.284-02:00Inflación y devaluación de la responsabilidad<div align="justify">
He atravesado París recientemente. Las paredes estaban cubiertas de carteles multicolores denunciando los horrores de la guerra de Vietnam, de la tiranía policial y capitalista de Brasil, etc., e invitando a la población a participar en mítines y en desfiles de protesta. Y sobre algunos de estos carteles se exponía este lema: todos somos responsables.
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¿Responsables? Me gustaría mucho que me explicaran el sentido y el alcance que se da a esta palabra. Toda responsabilidad implica una competencia y unos medios de acción. Como padre de familia, me siento responsable de la educación de mis hijos; como escritor, de las consecuencias de mis palavras (a condición de que sean bien interpretadas, lo que no siempre ocurre.); como ciudadano, de la elección del diputado al que he dado mi voto, etc. Pero ¿qué sé y qué puedo hacer en los asuntos del Vietnam o de Brasil? ¿Cómo me sentiré responsable en un campo que no conozco y en que no tengo poder?
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Si conocimiento, se me responderá, es la información, esa reina del mundo moderno, quién nos lo proporciona. Lea los periódicos, escuche la radio y estará enterado cada día de todo lo que pasa en el mundo. Y en cuanto al poder, depende de usted el aumentar por su adhesión uno de estos movimientos de opinión cuya irresistible fuerza contribuirá a limitar los estragos de los tiranos y a acelerar su caída.
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Confieso mi inmenso escepticismo en estos dos puntos. No niego el poder de nuestros medios de información, esa reina del mundo moderno, quien nos lo pro-formación honesta y objetiva? ¿Acaso en esos carteles que provienen, todos ellos, de partidos políticos cuya frenética parcialidad salta a la vista de cualquiera? Y ¿cómo elegir, dentro de nuestros países aún libres, en los que se agita a la opinión en todos los sentidos, entre unas fuentes de información que no cesan de contradecirse, tanto en la exposición como en la interpretación de los hechos? ¿Qué debo pensar de la intervención norteamericana en el Vietnam? Ultima defensa de la liberdad en Extremo Oriente, me dicen unos. Monstruosa acometida del imperialismo, me dicen otros. ¿Y del régimen de los coroneles en Grecia? dos diplomáticos franceses que conocen bien este país me afirmaron, el primero, que la nación helena había sido entregada, atada de pies y manos, a una banda de gángsteres, y el segundo, que el golpe de Estado militar había sido la única solución posible contra la revolución comunista, la cual habría traído excesos mucho más terribles. ¿Que voy a creer? ¿Tengo derecho a comprometerme así en la oscuridad, contando únicamente con la fe en tal o cual propaganda? O bien, ¿debo abandonar mi deber de estado ---al que ya llego con dificuldad--- para dedicarme a una encuesta personal y profunda sobre lo que pasa en el otro extremo del mundo?
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Ya no discuto la influencia que puede ejercer la movilización de la opinión pública contra cualquer abuso de poder. Pero tal movilización no es posible más que en países relativamente libres, y corre el riesgo, al crear una situación revolucionaria, de preparar el advenimiento de un nuevo poder aún más abusivo. Pueden organizarse en Washington manifestaciones contra la política de Nipón, pero no en Moscú contra la política de Kosyguín, y menos aún en Pekín contra la de Mao. Y las dictaduras comunistas, después de haber quebrantado la autoridad de los regímenes liberales, en nombre de la libertad de opinión, se apresuran, desde el momento en que un país cae en su poder, a ahogar esta libertad, de la misma manera que se tira, después de haberlo usado, un instrumento que se ha vuelto inútil. De modo que al comprometerse inconsideradamente en una cruzada contra los excesos del imperialismo moderado, se corre el riesgo de abrir el camino al despotismo absoluto.
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No tomo partido: muestro las dificultades del problema. Aún mejor. Estas llamadas delirantes a no sé qué responsabilidad planetaria coinciden con un agotamiento generalizado del sentido de las responsabilidades elementales.
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Se va más lejos: es la misma noción de responsabilidad la que se pone en tela de juicio. Frente a todos los problemas planteados por la delincuencia, los conflitos familiares, los divorcios, la infancia inadaptada, etc., un ejército de psicólogos se empeñan en reducir al mínimo la participación de la libertad y de la responsabilidad personales: todo se explica por la herencia, el medio, las pulsiones del inconsciente, etcétera y, en último término, no hay culpables, sino tan sólo víctimas.
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Si se lleva hasta su último extremo esta tendencia, desembocamos en la paradoja de que todo el mundo es declarado responsable de lo que no le concierne e irresponsable de lo que le atañe directamente. Lo cual, por otra parte, concuerda muy bien: poner la responsabilidad en todas partes es el medio más seguro de no asumirla en ninguma. La inflación y la devaluación se corresponden: la responsabilidad colectiva dispensa de la responsabilidad individual.
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No predico la indiferencia respecto a las grandes cuestiones de la política internacional. Simplemente, digo que es necesario que el problema de la responsabilidad vuelva a ser abordado por su base, antes de que se llegue a sus últimas consecuencias. Y esa base es el ejercicio cotidiano de nuestras responsabilidades inmediatas. Ahí es donde está el primer mal y donde debe aplicarse el primer remedio. Queriendo quemas etapas no se llega a ninguna parte, sino, como muy a menudo ocurre hoy, a hacer florecer responsabilidades imaginarias sobre la tumba de las responsabilidades reales.
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Fonte: "El equilibrio y la armonía" - Belacqva - 2005
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-18269405656817090712012-11-26T13:48:00.000-02:002012-11-26T11:08:09.897-02:00¿Hasta dónde somos responsables?<div align="justify">
El otro día, al intentar arreglar el desorden crónico de mi biblioteca, descubrí una serie de viejos libros llenos de polvo, de cuya existencia incluso me había olvidado: era un tratado de teología moral, de moda en los seminarios hace más de cien años y que había pertenecido a un tío abuelo mío, cura de una parroquia vecina.
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Hojeé al azar uno de los tomos de esta obra, redactada en un latín eclesiástico que se descifra sin enfuerzo, y caí sobre el capítulo consagrado al análisis del pecado llamado <em>acidia</em>, término difícil de traducir y que corresponde más o menos a tristeza arraigada, melancolía, disgusto por la vida.
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Este estado del alma se calificaba de pecado por la razón de que el hastío de un bien tan precioso como la existencia constituía un acto de ingratitud y por tanto una ofensa a Dios, que nos ha creado y nos ha puesto en el mundo.
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Lo que me chocó en esta lectura fue volver a encontrar en la descripción de los efectos de la <em>acidia</em> la mayoría de los síntomas del padecimiento que hoy se llama depresión nerviosa. Curioso cambio de óptica: a ese hastío de la vida, que se condenaba como pecado, se le trata como enfermedad; lo cual revela que la moral cae bajo la medicina; lo que se acusaba ante el sacerdote, hoy se confia al psiquiatra.
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<br />Se observa la misma evolución---o, más bien, la misma revolución--- en terrenos muy diferentes; por ejemplo, en el que concierne a la educación de los niños y a la justicia penal.
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Miles de problemas que antes se esolvían por un azote bien dado o por un castigo sin postre hoy necesitan de la intervención detécnicos especializados en psicología, dietética y psicología infantil. Tratar a un niño como a un ser relativamente libre y corregirle desde esa perspectiva es comportarse como un bruto incomprensivo y encaminar a ese pequeño desgraciado hacía los peores retrocesos. Estamos lejos de la época en que el buen rey Enrique IV escribía al preceptor de su hijo, el futuro Luis XIII: "Si ahorráis el látigo, odiáis a mi hijo."
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En cuanto a los delincuentes, lejos de considerarlos culpables, se les ve, cada vez más, como víctimas. Víctimas de la herencia, de la mala educación, sobre todo de la sociedad, considerada como la principal, cuando no como la única, responsable de los delitos cometidos en su seno, lo cual, por otra parte, no molesta a nadie, pues ninguno de los miembros de la sociedad se siente particularmente afectado por esta condena.
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Cosa rara: en una época en la que tanto se ha proclamado y exaltado las ideas de libertad y de responsabilidad, se ve diolverse la nócion de culpabilidad, noción que, sin embargo, deriva en línea recta de las dos primeras, pues declarar culpable a un hombre e considerarle libre y responsable del mal que ha hecho. En esta perspectiva, todas las faltas y todos los delitos se explican por el mal estado del cuerpo, los tenebrosos remolinos del subconsciente, la opresión y la corrupción que emanan del entorno social: ya no hay culpables, sino inadaptados, rechazados, acomplejados, etc.
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No discuto el relativo fundamento de esta reacción. El pensamiento moderno no ha hecho aquí más que desplegar y precisar el dominio de lo que los antiguos filósofos llamaban la causa material, es decir, la dosis de condicionamiento y de determinismo implicados en nuestros actos conscientes y libres. Pues ningún hombre es absolutamente libre y totalmente responsables: todos dependemos, en mayor o menor grado, de nuestro temperamento y de nuestro carácter y le las influencias que ejerce en nosostros la sociedad. Y no añoro incondicionalmente las épocas en que el deprimido era considerado como un enfermo imaginario, el delincuente como un monstro de perversidad consciente, y el niño difícil como merecedor del látigo.
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De lo que estoy seguro es de que vamos hacia el exceso contrario. Antes se inflaba demasiado la noción de culpabilidad, hoy se la reduce demasiado. Y el peligro de empequeñecimiento y de corrupción del hombre no es, ciertamente, menor. A fuerza de declarar que los hombres son irresponsables, se acaba por convertirles en irresponsables. sé que hay enfermedades psíquicas, o delincuentes que son víctimas de una fatalidad contra la cual no pueden hacer nada. Pero, a la inversa, ¡cuántos deprimidos exageran sus males reales y se instalan en la enfermedad para escapar a los deberes y a las preocupaciones de una vida normal y para dejarse mimar por su entorno! Y cuántos delincuentes extraen de la "comprensión" y de la indulgencia de los jueces nuevas fuerzas para perseverar en el mal: la estadística de las reincidencias después de la remisión de faltas es muy esclarecedora en este sentido.
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Un clima más riguroso favorece más la curación de los enfermos y el castigo de los culpables. Un solo ejemplo: he conocido un cierto número de deprimidos que llevaban años estropeando su propia vida y envenenando la de sus prójimos, a causa de fantasmas surgidos de su imaginación, y cujo estado mejoró extrañamente durante la ocupación alemana. Las inquietudes debidas a la guerra y a las dificultades de avituallamiento habían creado a su alrededor una red de preocupaciones reales que dejaban poco sitio al minucioso mantenimiento de su depresión: ¡ésta se había convertido en un lujo que ya no podían mantener! De la misma manera, la severidad de la ley penal contribuye a mantener al futuro delincuente en el camino. Sin hablar de esos niños incorregibles durante el tiempo en que son mimados por sus padres y a los que una severa disciplina---por ejemplo, la de ciertos colegios--- les basta para rectificar su conducta.
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Todo esto hace añorar las viejas filosofías---la de Platón, Aristóteles o Descartes--- que ante todo ponían el acento en las cimas luminosas del ser humano: la conciencia, que nos hace distinguir el bien del mal, y la voluntad, que nos hace escoger entre uno y otro. aun exagerando la parte de la libertad, por lo menos tenían la ventaja de estimularla al máximo. En efecto, el hombre es tanto más libre cuanto más responsable se sienta y como tal es tratado por sus semejantes. El sentimiento de responsabilidad despierta en él energías latentes que le ayadan a dominar el mal bajo todas sus formas. Porque, salvo en el caso de un total agotamiento físico o de una irremediable abyección moral, el alma siempre puede algo más que el cuerpo, la conciencia prevalece sobre el inconsciente, y el individuo sobre las influencias que recibe de su medio social.
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Antes se le exigía demasiado al hombre; hoy no se le pide bastante. Ambas actitudes llevan consigo errores y abusos en sus aplicaciones concretas. Pero, en resumen, creo que es la primera la que supone más promesas y menos riesgos. Y el testimonio de la historia nos enseña que son las morales más exigentes---las que apelan a nustras más nobles facultades y las que nos toman como artesanos libres y responsables de nuestro destino--- las que siempre han contribuido más eficazmente a elevar el nivel general de la humanidad.
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Fonte: "El equilibrio y la armonía" - Belacqva - 2005
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-51281717106930412052012-11-25T00:53:00.000-02:002012-11-25T00:53:52.374-02:00La erosión de las responsabilidades<div align="justify">
No hay nada más trivial ni más verdadero que denunciar el ocaso del sentido de la responsabilidade. Desde lo más alto de la escala social hasta lo más bajo, el mayor
deseo de la mayoría de nuestros contemporáneos consiste en seleccionar las ventajas
de su situación y en eliminar los riesgos. El viejo reclamo "¡Sobre todo, nada de
historias!" toma proporciones de un imperativo categórico. Hasta tal puento que, a propósito de cualquier escándalo cuando un político pronuncia la amenazadora e irrisoria fórmula: "Los responsables, sean los que sean, serán buscados y sancionados", cada uno se encoge de hombros sabiendo muy bien que no se tardará en "ahogar el pescado", es decir, en devolverlo a esas turbias aguas en las que evoluciona con tanta comodidad.
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Pero ¿qué es la responsabilidad? El diccionario la define como "el carácter de aquel que puede ser llamado a responder por las consecuencias de sua actos".
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¿Qué consecuencias? Es muy importante notar que se empieza a hablar de responsabilidades sólo cuando las cosas van mal. Se es responsable de un fracaso, de un error o de una falta, no de un éxito. Después de un accidente de carretera o del fracaso de una operación---y en la medida en que no se había hecho todo lo que era humanamente posible para evitar estas desgracias---un automovilista o un cirujano son declarados responsables. Ser responsable es, pues, asumir las penosas consecuencias de un acto libre. Lo cual implica, según la naturaleza de ese acto, una serie de sanciones morales y materiales que van desde el puro y simple arrepentimiento hasta la reparación de los daños y la condena penal.
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<br />
En cuanto a la huida generalizada ante las responsabilidades, encontramos la causa no sólo en la falta de firmeza de la naturaleza humana, siempre inclinada a apartarse de situaciones incómodas, sino también en ciertas condiciones inherentes al mundo moderno.
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La etimología de la palavra que proporciona el excelente diccionario de Littré es ya suficientemente esclarecedora. Responsabilidad se deriva de <em>res</em> y de <em>sponsus</em>: esposo, novio. Ser responsable de una cosas es estar unido a esa cosa por lazos análogos a los que unen al esposo y a la esposa. Lo cual lleva inmediatamente consigo la idea de elección, de promesa, de fidelidad, en una palabra, de amor. Más allá de toda obligación de tipo moral y jurídico el hombre se siente responsable espontáneamente de lo que ama. Ejemplo: un hombre que verdaderamente tiene vocación de médico se porta ante su arte como un esposo con su esposa; es entre estos hombres entres los que se observa el sentido más vivo de las responsabilidades profesionales. Las alegrías que les proporciona su oficio les hace aceptar sus cargas.
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<br />
A ello se añade, en ciertos medios y en ciertas profesiones, el carácter inmediato y personalizado de las sanciones. Un campesino, propietario del suelo que cultiva, no sólo está casado con la tierra, sino que sufre individualmente las repercusiones directas y precisas de sus negligencias y de sus errores. De la misma manera el artesano, el comerciante o los miembros de una empresa a escala humana. Nada mejor para la educación de la responsabilidad. Se ha dicho que la sabiduría consistía en meditar sobre los errores cometidos. Pero también es preciso que las consecuencias de esos errores recaigan directamente sobre su autor.
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<br />
Planteo ahora la cuestión siguiente: En la sociedad actual, ¿cuántos hombres hay que se sientan ligados a su función como lo están un marido a su mujer o un campesino a su tierra? Es un hecho demostrado por la experiencia que el sentido de la responsabilidad disminuye en función del gigantismo de las empresas: resorte de una máquina en lugar de miembro de un organismo, el individuo no ve bien el lazo entre su trabajo, demasiado frecuentemente impersonal y fragmentario, y los resultados de ese trabajo; así, sus faltas, diluidas y reabsorbidas en ese inmenso complejo anónimo, le parecen sin consecuencias, expresión admirable para designar la insignificancia y, por tanto, la ausencia de responsabilidad. Además, allí donde no reina una disciplina férrea (como ocurre en nuestras sociedades occidentales, donde la concentración va unida al relajamiento) las sanciones son incieretas y lejanas: se limitan, para ciertos organismos del Estado o paraestatales, a un déficit crónico soportado por el conjunto de la nación, de manera que un funcionario negligente llega a mantener su puesto, mientras que en una empresa libre el jefe sería eliminado en breve plazo por la quiebra de ésta.
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En resumen, se produce una ruptura (mortal para el sentido de la responsabilidad) entre nuestras acciones---o nuestras omisiones---y sus consecuencias. La corriente expresión: "Eso a mí no me toca", traduce perfectamente la disyunción entre los efectos y las causas. Para ser "tocado" en sentido figurado (emocionado, interesado, "concernido", como se dice hoy), es preciso primero ser tocado en sentido propio, es decir, en un contacto personal e inmediato.
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<br />
Otros factores, que proceden del clima general de la época, intervienen en el mismo sentido. En particular, el culto a la facilidad y al confort, (¿hay algo menos confortable que hacerse cargo de las propias responsabilidades?), la debilidad de los padres y de los educadores (el niño demasiado mimado al que se le conceden todos sus deseos y al que se le excusan todas las faltas está mal preparado para soportar las consecuencias de sus actos) e igualmente la costumbre de vivir al día en una sociedad cambiante en la que todas las inversiones materiales y morales corren el riesgo de ser destruidas a corto plazo. ¿Para qué tomarse la molestia de adquirir responsabilidades cuando se ignora absolutamente de qué estará hecho el mañana? Repugna tanto más "mojarse" cuando que el tiempo transcurre más deprisa y en una dirección imprevisible. Del mismo modo, tampoco es una de las menores contradicciones de nuestra época la coincidencia entre la religión y el porvenir (la prospectiva se ha convertido en una ciencia de moda) y entre el reino de la imprevisión y de la política "a corto plazo"
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<br />
Pero por muy incierto que sea el porvenir, aquellos que saben hacerse cargo de las responsabilidades son los que tienen más probabilidades de modelarlo a su imagen. "El hombre es un animal capaz de hacer promesas" decía Nietzsche. Ahora bien, ¿qué es una promesa (para lo mejor y para lo peor, siguiendo la vieja fórmula inglesa), sino un ancla lanzada al futuro, es decir, la prefiguración del mañana a través del compromiso de hoy? El porvenir pertence preferentemente no a quienes lo sueñan en el vacío o lo planifican en abstracto, sino a quienes, manteniendo sus promesas y asumiendo sus responsabilidades, ya imprimen su señal en él.
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Fonte: "El equilibrio y la armonía" - Belacqva - 2005
</div> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-68310586806783932132012-10-21T13:59:00.000-02:002012-10-21T13:59:21.359-02:00Méditation et action (III - Final)<div align="justify">
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<b>Le réflexe prend le pas sur la réflexion et le signal remplace le signe</b>
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À une époque où l'homme, délivré des servitudes de la matière, devient l'esclave de ses moyens mêmes de libération et où tour se fait sous le signe de la vitesse, il n'y a rien de plus urgent que de reconquérit un peu de vrait liberté, de ne pas se laisser emporter tout entier par le mouvement --- un mouvement où le <em>réflexe</em> prend le pas sur la <em>réflexion</em>, et où le <em>signal</em> remplace le <em>signe</em>. Comment définir un signe? C'est l'évocation d'une réalité invisible par une réalité visible.. Un serrement de mains, un baiser, ce sont des signes: des gestes qui, en eux-mêmes, n'ont pas tellement d'importance, mais qui prennent une importance infinie dès qu'ils se chargent d'amitié ou d'amour. De même une oeuvre d'art: elle ne vaut que par l'<em>invisible</em> contenu dans le <em>représenté</em>. Et les mots: des paroles creuses s'ils ne renvoient pas à l'inexprimable. Mais pour aller du signe au signifié, il faut rentrer en soi-même, méditer... Tandis que le signal n'appelle que le réflexe, l'<em>automatisme</em>, qui exclut la réflexion, justement. Dans certains cas, il est recommandé d'avoir de bons réflexes plutôt que de réfléchir: par exemple, quand vous conduisez votre voiture, mieux vaut por vous ne pas trop méditer sur ce que vous avez à faire! Mais répondre dans tous les domaines comme un automate à tous les signaux qui nous sont adressés, à toutes les sollicitations qui nous sont faites (et c'est bien le but visé par les publicités de nous ordres), eh bien, cela nous viderait bientôt de toute substance humaine.
<br />
<br />
Ce vide intérieur, dont le premier symptôme est l'ennui qui dêvore beaucoup de nos contemporains, surtout les jeunes, est peut-être la plus grande menace qui pèse sur l'homme moderne. On nous rabâche sans cesse que nous vivons une "époque passionnante". C'est vrai, mais c'est précisément dans cette époque passionnante que se pose, avec une acuité et une urgente encore inédites dans l'Histoire, le problème de l'ennui et de l'utilisation des loisirs. La vanité et la basse qualité des distractions où se réfugient tant de nos contemporains nous donnent la mesure du vide intérieur creusé par l'absence de méditation. "Ce grand malheur de ne pouvoir demeurer en repos dans sa chambre", disait Pascal. Je sais bien qu'on ne doit pas rester toujours dans sa chambre... Mais il faut savoir y rester de temps en temps, et même assez souvent! Sans un minimum d'activité intérieure, on devient inapte à l'activité extérieure. C'est alors qu'on sombre dans l'ennui et dans l'obsession d'être "désennuyé" à n'importe quel prix (pourvu que ce ne soit pas au prix d'un effort personnel!). À propos d'ennui, on m'a raconté qu'à New York, neuf mois après la fameuse panne d'electricité qui avait duré neuf heures, on avait observé un boom des naissances. On a donc interrogé les gens: "Que voulez-vous, ont-ils réponds, il n'y avait plus de télévision, il n'y a rien d'autre à faire!" C'est un peu curieux tout de même... Ce n'est flatteur pour ces dames... ni pour ces messieurs d'ailleurs! C'est le monde à l'envers: normalement, c'est à la technique de prendre le relais de la nature; par exemple, on allume l'electricité le soit, quand le jour baisse et ne suffit plus à nous éclairer, tandis qu'en cette circonstance on a eu recours à la nature pour suppléer les défaillances de la technique.
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<br />
Cette anecdote me rappelle, par contraste, un vieux souvenir. J'ai vécu quelque temps, jadis, dans le pays d'Afrique du Nord... Les indigènes peuvent rester immobiles et silencieux indéfiniment... J'en voyais qui attendaient ainsi l'autobus dans une sérénité absolue --- un autobus qui passait toutes les ving-quatre heures! "Ce sont des abrutis!" est le premier mot qui vient à l'esprit des Européens. Mais nous n'avons pas la moindre preuve qu'ils soient des abrutis! Je crois au contraire qu'ils sont beaucoup plus capables que nous de méditer et de communier avec la nature. Je me souviens d'un ami officier qui les connaissait peu: il avait demandé à son ordonnance berbère de lui amener son cheval à huit heures du matin. Puis --- il avait dû modifier ses projets --- il oublia son ordre. Voilà le pauvre. Ali qui l'attend toute la journée. Le soir, mon ami se souvient tout à coup de la consigne et se précipite, tout confus: "Comme tu as dû t'ennuyer", lui dit-il, et Ali de répondre: "Moi, m'ennuyer, capitaine? Mais je n'avis rien à faire!" Savoir ne rien faire, cela suppose parfois beaucoup plus d'esprit, et surtout beaucoup plus d'âme, que ne pas "savoir s'arrêter", comme tant de gens aujourd'hui qui se fuient eux-mêmes ans une activité frénétique.
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<br />
<b>La clef de la mesure est dans l'absolu.</b>
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Résumons-nous. Les valeurs immutables, les étoiles fixes de la destinée ne se dévoilent qu'au regard immobile et intérieur de l'homme qui médite. Seule la médotation nous met en communication avec le monde inaltérable, et nous enseigne la limite en nous révélant l'infini.
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<br />
Notre siècle oublie trop souvent l'abîme qui sépare les <em>valeurs absolues</em> et invariables (le Vrai, le Beau et le Bien qui sont l'objet de la philosophie, de l'art et de la religion) des <em>valeurs relatives</em> et changeantes que brassent les sciences et les techniques. Les premières se situent au-delà du temps et ne sont pas susceptibles de progrès intrinsèque; les secondes se succèdent et se perfectionnent sans cesse au cours du temps. Il est évident que les valeurs temporelles, qui règlent l'action, doivent s'inspirer des valeurs éternelles, dont la méditation nous ouvre l'accès. Le mot de saint Augustin: "<em>Quid hoc ad aeternitatem</em>"? ("Qu'est-ce que cela qui n'est pas éternel?") s'applique à tout ce qui passe rapport à ce qui demeure. La clef de la mesure est dans l'absolu.
<br />
<br />
C'est par la méditation que l'homme de demain pourra dominer son siècle et juger avec pertinence les transformations que les progrès techniques et l'évolution des moeurs et des modes feront se succéder sous ses yeux. C'est en elle qu'il trouvera son unique chance d'échapper aux pressions sociales plus contraignantes que jamais à cause de la puissande toujours accrue des moyens de diffusion. La méditation, acte solitaire, vaccine l'individu contre les maladies du troupeaus, contre les épidémies de l'opinion. Savoir dire non quand il le faut et autant qu'il le faut devient l'impératif majeur de l'homme moderne. L'homme de demain aura d'autant plus besoin de méditation qu'il sera davantage voué à l'action: pour faire contrepoids à la l'action d'une part, et pour lui donner un sens d'autre part; pour échapper à la dispersion, à l'emiettement intérieur comme à la centralisation technocratique, pour résister à la règle imposée du dehors à ceux qui ne trouvent pas <em>en eux-mêmes</em> leurs raisons de vivre et d'agir.
<br />
<br />
La puissance même dont dispose l'homme moderne rend impérieuse l'exigence de vie intérieure. Car cette puissance non assumée par l'esprit, non orientée vers une fin supérieure, ne peut que se retourner contre nous et nous conduire au chaos et à l'esclavage, l'esclavage étant l'organisation artificielle du chaos. Dans un éclair de lucidité, le prodigieux homme d'action que fut Bonaparte fit cet aveu: "Je suis condamné par ma nature à ne remporter que des victoires extérieures." Les victoires extérieures, réduites à elles-mêmes, sont des défaites de l'âme. C'est aussi le mot du Poète: "On est vaincu par sa conquête [Victor Hugo, "L'expiation", <em>Les Châtiments</em>: "On était vaincu par sa conquête".]
<br />
<br />
Je vous citerai, pour conclure, ce dialogue apocryphe entre Sénèque et Néron --- apocryphe, mais que se rapporte certainement à quelque chose d'authentique, tant on y reconnaît l'esprit de Sénèque: "Mais enfin, est-ce que tu ne sais pas que mon pouvoir égale celui des dieux?" Et Sénèque lui répond: "Plus ton pouvoir se rapproche de celui des dieux, plus tu dois redouter les dieux." Autrement dit, ton être intérieur est d'autant plus menacé que ton pouvoir extérieur est grand.
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-61115246593088715442012-10-07T11:46:00.000-03:002012-10-07T11:46:19.205-03:00Méditation et action (II)<br />
<b>"L'accéélération de l'Histoire"</b>
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Daniel Halévy a décrit notre époque comme celle de "l'accéleration de l'Histoire".
En fait, il se produit plus de changement dans une décennie actuelle que dans un siècle du passé. Tout se transforme autour de nous à une cadence de plus en plus rapide: les techniques et leurs produits sont sans cesse supplantés par de nouvelles
techniques et de nouveaux produits. L'homme d'action, s'il ne veut pas être dépassé et éliminé, doit non seulement savoir s'adpter à un présent toujours changeant, mais aussi
préparer sans cesse l'avenir. Cet état de choses a donné naissance à une nouvelle science: la <em>prospective</em>. Je ne reprendrai pas ce qui a été dit ici sur la prospective par mon ami Gilbert Tournier. Mais en effet, plus on va vite, plus il faut <em>prévoir</em>, c'est-á-dire voir ce qui ne se voit pas encore. Il est certain que si l'on conduit un char à boeufs, ce n'est pas la peine de regarder très loin devant soi. Mais si l'on est sur l'autoroute, mieux vaut savoir ce qui se passe et ce qui risque de se passer sur la plus grande distance possible. De même aujourd'hui, si
l'on conduit une entreprise... Le développement de bureaux d'études, où travaillent des hommes non engagés dans l'action à courte échénace, répond à cette exigence.
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<br />
Un autre danger de l'action livrée à elle-même est celui de la stérilité intellectuelle et vitale dont s'accompagnent trop souvent le surmenage et la spécialisation. L'homme engagé dans une activité trépidante et à court terme perde facilement la capacité de réflechir, de situer et de relier les problèmes, de faire des synthèses. Il tend à réfléchir dans son action la passivité et l'automatisme des choses sur lesquelles il agit --- autrement dit, à devenir chose lui-même. Ses facultés d'initiative et de création se trouvent ainsi compromises, y compris dans sa propre spécialité. Car toute et solidaire dans l'homme comme dans la nature, et les
divers étages du savoir se soutinnent réciproquement: les grands inventeurs sont des hommes complets. On a fait en Amérique cette curieuse expérience --- qui me paraît intéressante quoique peut-être un peu moins spectaculaire qu'on ne le prétend --- sur des techniciens plus ou moins "stérilisés" par une longue activité dans la même branche. On les a libérés de leur travail pour les placer dans un lieu attrayant et reposant où il n'était plus question de leur tâche professionnelle et où tout leur temps se passait en promenades, en conversations, en lectures, en concerts, en sapectacles, etc. Après quoi, rafraîchis et r´générés par ce bain de nature et de culture, ils seraient redevenus "efficients" dans leur domaine...
<br />
<br />
Je pense à ce bon évêque de l'ouest de la France, qui est très vieux aujourd'hui. Je dinais chez lui un soir. Nous étions donc à table et nous attnedions le directeur des OEuvres, un homme très pris. Il s'était fait tellement attendre que nous avions commencé le repas sans lui. Il est arrivé entre le potage et le premier plat, complètement survolté: "Messieurs, nous dit-il, vous le savez, le prête est un homme mangé! Et le vieil évêque de lui rópondre en bralant la tête: "Pourvu qu'il soit nourrisant..."
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<br />
<b>Le vertige de l'action</b>
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<br />
Naturellement, l'homme a besoin de méditer, non seulement en tant qu'homme d'action, mais en tant qu'homme tout court. Et plus encore peut-être l'homme d'aujourd'hui et de demain, car il risque d'être dénaturé par sa participation au dynamisme dévorant du monde minéral qui, autant que nous pouvons le prévoir, régnera de plus en plus sur notre planète...
<br />
<br />
On ne parle aujourd'hui que de "dynamisme" et d' "efficacité", comme si ces mots exprimaient toujours une valeur positive, et sans préciser quelle est la nature de la force exercée et de l'effet produit. Ce qu'on demande avant tout aux hommes d'action --- et cela se comprend ---, c'est l'efficacité. Mais il ne faut tout de même pas oublier que l'efficacité, en elle-même, n'est que le fait de tout ce qui produit un effet, n'importe quel effet... Si vous me donnez un coup de poing en pleine figure, l'effet s'inscrira sur ma figure à l'instant même! Si vous éduquez un enfant, l'effet sera beaucoup plus loin, plus incertain, plus subtil... Camus faisait déjà remarquer que l'efficacité du typhon n'est pas du même ordre que celle de la sève... Il y a une hiérarchie des effets, et, en règle générale, plus on descend vers la matière, plus les effets sont rapides et spectaculaires. Il ne s'agit donc pas de rechercher l'efficacité à tout prix, mais de la rechercher au niveau convenable, humain, qui n'est pas forcément celui où elle est le plus immédiatement évidente. Lá encore, la réflexion s'impose...
<br />
<br />
L'homme en proie au vertige de l'action est toujours tenté, suivant le mot d'un jeune philosophe contemporain, de "mettre sa fin dans la perfectionnement des moyens". De là résulte la crise de finalité qui affecte notre siècle. On va de plus vite, mais on ne sait plus où on va... On cherche aussi à compenser, par l'accumulation de l'avoir, l'unité perdue de l'être. L'homme moderne ressemble à un homme qui aurait sacrifié ses entrailles pour se procurer une énorme quantité d'aliments, et qui mangerait sans cesse sans jamais rien assimiler. Il souffre d'une sorte de <em>diabète ontologique</em>... (le sens étymologique du mot <em>diabète</em>, c'est passer au travers...).
<br />
<br />
"Singulière fortune, écrit Baudelaire, Où l'homme dont jamais l'espérance n'est lasse/Pour trouver le repos, court toujours comme un fou." Celui qui ne sait plus méditer cherche refuge dans l'agitation. Sa règle de vie se réduit à ceci: faire n'importe quoi, mais faire quelque chose. Cette fièvre de l'action agit comme un narcotique sur nos plus hautes facultés. En effet, par les satisfactions qu'elle donne et par la fatigue qu'elle procure, l'action tend toujours à trouver sa justification en elle-même: la bonne conscience" inhperente à l'homme qui "a bien travaillé" lui voile les problèmes suscités par son action. Allez dire, par exemple, à un industriel que les produits qu'il fabrique sont peut-être inutiles ou nocifs: le pauvre homme, déjà obsédé par son labeur quotidien et les soucis de production et de vente, ne manquera pas de vous renvoyer à vos propres affaires avec une certaine irritation... Il n'est pas facile de hausser les problèmes techniques et économiques au niveau humain et social.
<br />
<br />
Continua ...
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-66578907406226717392012-09-23T21:50:00.000-03:002012-09-23T21:50:14.217-03:00Méditation et action (I)<em>Ce texte a été établi d'après un enregistrement dactylographié (sans
indication de lieu ni de date) et le manuscrit d'un plan de conférence.
Conférences données sous ce titre dans les années 1960.
</em>
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[. . .]
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Précisions d'abord le sens des mots. <em>Méditer</em> signifie réfléchir avec force sur quelque chose. En ce sens, la méditation est dejà une action, mais une action <em>intérieure</em> à l'homme. Quant au mot <em>action</em>, il désigne, dans le vocabulaire courant, une intervention sur <em>le monde extérieur</em>. Si nous disons par exemple que tel médecin que c'est un homme très actif, nous entendons par
là non pas qu'il médite puissamment dans le silence de son cabinet, mais qu'il voit beaucoup de malades.
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<br />
<b>Il n'y a pas opposition mais corrélation entre la méditation et l'action</b>
<br />
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On peut très bien méditer sans produire aucune action extérieure, mais l'inverse n'est pas vrai: on ne peut pas agir sans méditer (sauf dans les actions purement réflexes.)
L'<em>homo faber</em> n'est pas concevable sans l'<em>homo sapiens</em>. Il n'y a donc pas opposition mais corrélation entre la méditation et l'action. Et c'est cette perpétuelle osmose entre la vie intérieure et la vie extérieure, entre la pensée et la main, qui a permis le progrès des sciences et des techniques. Les mathématiques appliquées procèdent des mathématiques pures: la première machine à calculer est née
de la méditation de Pascal sur les nombres...
<br />
<br />
La méditation porte sur l'essence des choses (ou sur leur existence en tant que représentée), tandis que l'action concerne leur existence concrète et leur matérialité. Marx, théoricien de l'action, nous dit que le monde nous est donné "pour être transformé et non pour être contemplé". Mais pour transformer, il faut d'abord
connaître ce qu'on transforme, et ensuite savoir dans quel sens on va le transformer. Le menuisier, avant de commencer à fabriquer une table, a déjà une idée précise de cette table --- et c'est cette idée, cette représentation qui le guide dans son travail et lui fait choisir ses matériaux et ses outils. L'action met en oeuvre les moyens nécessaires à la réalisation d'un but déjà présent à l'esprit.
<br />
<br />
Dès qu'on veut réaliser quelque chose, dans tous les domaines, y compris les plus élevés, il faut faire appel à une méthode, c'est-à-dire à une technique, il faut utiliser certaines "ficelles" : il y a une technique de la peinture, par example, une technique de la poésie et même, pour le prêtre, une technique de l'apostolat. Seulement, bien entendu, il faut qu'il y ait un peu autre chose que la technique, il ne faut pas que les ficelles s'agitent toutes seules... Dans certains discours académiques ou religieux, on les voit d'une lieue, ces ficelles --- c'est assommant! En Amérique, j'ai entendu parler de la "technologie du salut". La technologie pénètre partout vraiment! Je racontais à tout à l'heure à Gilbert Tournier cette petite anecdote qui m'a beaucoup amusé: dans une certaine rue d'Avignon, il y a beaucoup de
demoiselles "de petite vertu" --- Avignon est une ville pittoresque où elles s'etalent beaucoup, ces demoiselles, d'une façon d'ailleurs assez inoffensible. Eh bien! il y a une vingtaine d'années, elles arrêtaient le passant en lui disant: "Viens, je serai gentille...", et l'autre jour, j'ai constaté qu'elles avaient changé de formule! Maintenant, elles lui disent: "Tu sais, je suis une <em>spécialiste</em>..." ! Oui, aujourd'hui la technique se loge absolument partout...
<br />
<br />
Seul l'animal, dont les instincts sont réglés et finalisés une fois pour toutes, peut s'offrir le luxe d'agir sans réfléchir. Un oiseau qui fait son nid amasse de la mousse et des brindilles sans se creuser la tête! C'est dans ce sens que Rousseau, apôtre de la "bonne nature", disait que "l'homme qui médite est un animal dépravé". Mais c'est pour ela aussi que l'animal est incapable d'initiative et de création: tout les nids d'hirondelles se ressemblent depuis l'origine du monde, tandis que l'architecture des maisons construites par les hommes évolue sans cesse.
<br />
<br />
L'homme est "condamné au sens": il modifie le monde extérieur en fonction d'un project, d'une valeur, qui naissent de sa méditation. On pourrait dire qu'il y a le même rapport entre la méditation et l'action qu'entre l'âme et le corps tels que les définit le philosophe allemand Klages: "L'âme est le sens du corps et le corps est le signe de l'âme."
<br />
<br />
<b>L'equilibre entre la méditation et l'action peut être rompu de deux manières.</b>
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<br />
La première consiste à <em>penser pour penser</em>, avec tout ce que cele comporte de facilités et d'illusions, car enfin, dans le domaine des idées, tout est permis... Les choses de l'esprit sont extrêmement malléables, on peut en faire ce qu'on veut, toutes les combinaisons sont possibles, et il n'y a aucune espèce de sanction, tandis qu'avec la matière on risque toujours de tomber dans l'irréparable, dans l'irréversible. C'est sérieux, la matière... Nous devrions mettre autant de rigueur dans le domaine intellectuel que nous sommes obligés d'en mettre dans le domaine matériel. Si un garde-barrière se comportait avec les trains comme certais intellectuels (ou hommes politiques) se comportent avec les idées, qu'arriverait-il? Qui donc a dit: "Dieu pardonne toujours, l'homme quelquefois, la nature, jamais"?
<br />
<br />
La deuxième consiste à <em>agir pour agir</em>, sans finalité, sans référence à l'idée ou à l'idéal --- avec tout ce que cela entraîne d'agitation, de trépidation, d'appauvrissement de l'être intérieur et, à la limite, d'abrutissement. C'et le prope de l'homme d'être toujours en équilibre instable, d'être toujours menacé de tomber tantôt d'un cotê, tantôt de l'autre... Quand nous marchons, nous rattrapons à chaque pas le commencement d'une chute...
<br />
<br />
Le monde antique et le monde médiéval penchaient vers la méditation, au mépris de l'action. Les Anciens --- à quelques exceptions près, comme Archimède --- ne songèrent pas à développer les possibilités d'applications techniques contenues dans les mathématiques pures. Il est étonnant de voir à quel point la plupart d'entre eux méprisaient la technique. Dans ses <em>Lettres à Lucilius</em>, Sénèque parle des trois inventions qu'on venait de faire à l'époque: le chauffage central, la sténographie et les vitres transparentes. Trois choses assez importantes tout de même, du point de vue pratique... Eh bien, voilà ce qu'il en dit: "Tout cela n'est pas le fait de la <em>sapientia</em> (de la sagesse), mais de la <em>sagacitas</em> (de l'habileté, mère des techniques, du savoir-faire...) et ce qui prouve l'insignifiance de ces choses, c'est que ce sont des esclaves, comme par hasard, qui les ont inventées. La sagesse vise plus haut..."
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<br />
Le monde moderne au contraire penche dangereusement vers l'action. Les prodigieuses transformations opérées sur la matière et dans nos conditions de vie, grâce au développement des techniques, nous amènent à valoriser les sciences et à déprécier la connaissance spéculative comme un jeu stérile de l'esprit. "À quoi cela mène-t-il?" dit-on dédaigneusement à propos des études purement littéraires ou philosophiques. Si nous représentons les deux choses dont nous parlons: l'une, la spéculation, par le <em>mirroir</em> (puisque spéculation vient de <em>speculum</em>: miroir), et l'autre, l'action, par le <em>marteau</em>, nous dirons qu'aujourd'hui il faut veiller surtout à ce que le marteau ne brise pas le miroir, ne sarai-ce que parce que si le miroir était brisé, l'action serait défigurée.
<br />
<br />
L'homme du XX<sup>e</sup> siècle est victime d'une rupture d'équilibre entre sa puissance sur les choses et ses capacités de vie intérieure. Son action est désorientée par le manque de méditation. Il n'a plus le temps de penser, dit-il, plus le temps de lire, plus le temps de consacrer une heure à quoi que ce soit d'un essentiel (conversation avec un proche, avec un ami, échange de lettres, etc.): l'existence le dévore, la matière l'absorbe. Il paraît pourtant que les machines ont été inventées pour nous libérer, nous donner du temps... Il faut croire que nous ne savons pas nous en servir. Les progrès techniques, dont la fonction, en principe, est de réduire notre esclavage, nous asservissent, en fait, toujours davantage. Il y a quelque chose qui ne tourne pas rond! Ce qui ne tourne pas rond, c'est que ce qui intéresse les hommes, au fond, ce n'est pas <em>d'avoir le temps</em>, mais de savoir <em>comment gagner toujours plus de temps</em>, et ce n'est pas d'être libre, mais de savoir comment se libérer toujours davantage: en un mot, ce n'est pas la fin, mais la performance de leurs moyens.
<br />
<br />
Continua...
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Fonte: "Les hommes de l'eternel" - Conférences au grand public (1940-1985) établies et présentes par Françoise Chauvin - Mame, Paris, 2012
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<br />
Los diversos ensayos que componen esta obra han sido redactados entre 1934 e 1939. Fueran publicados por primeira
vez en un volumen en abril de 1940. Algunas alusiones al nacionalsocialismo tuvieron que ser suprimidas en las
ediciones aparecidas bajo la ocupación. Aquí reproducimos la edición original.<br />
<br />
Después de tantos acontecimientos que han agravado aún más la confusión de los términos y de los valores, no nos
parecen inútiles algunas palavras de explicación concernientes a textos ya antiguos.<br />
<br />
No negamos que este libro tiene significación política, en el sentido etimológico de la palabra. Pero por la
universalidad y la perennidad de los problemas que aborda, se sitúa netamente <i>fuera de las fluctuaciones de la
actualidad política</i>. La mayor parte de las etiquetas políticas no son, por desgracia, otra cosa que eso: etiquetas;
o sea fórmulas tan superficiales como fácilmente intercambiables. Más que la etiqueta, lo que nos interesa es el
contenido real del frasco. Atribuímos poca importancia a las fórmulas políticas en cuanto temas de propaganda o de
polémica; lo que cuenta para nosotros es su grado de encarnación en las costumbres, la forma en que afectan
establemente a la sustancia del hombre y a la estructura profunda de las comunidades.
<br />
<br />
Se nos ha acusado de ser enemigos irreductibles del régimen democrático y del socialismo. Cremos que una lectura
atenta de esta obra permitirá a todos comprender y matizar nuestro verdadero pensamiento. Aquí añadiremos solamente
dos precisiones.
<br />
<br />
Primeiro: No atacamos a la democracia en general (ha habido en el curso de la Historia, y hay todavía en ciertos
países, fórmulas democráticas perfectamente válidas), sino a esa pseudodemocracia fundada sobre la ley del número
y sobre los juegos de la política y del dinero que, privando el pueblo de suas lazos y apoyos naturales, desemboca
necesariamente en el totalitarismo.
<br />
<br />
Segundo: Cuando hablamos de socialismo no queremos designar ninguna formación política determinada, y nos limitamos
a aplicar este vocablo a un estado de espíritu profundo y universal, a un resbalar de las costumbres sociales que
afecta, bajo modalidades diferentes, al conjunto del mundo moderno, y que tiende a reabsorber al individuo humano
y a las comunidades fundamentales (familia, empresa, profesión, etc.) en un estatismo abstrato donde, en ausencia
de todo lazo vital entre los hombres, la libertad no puede ser más que anarquía y el orden no puede ser más que
tiranía. Tambiém aquí es la repulsa del totalitarismo lo que determina nuestra actitud. Quizá no es simplemente
un azar el que Hitler bautizase su doctrina con el nombre de nacionalsocialismo, y el que M. Pierre Laval gritase,
al mismo tiempo que deseaba la victoria de Alemania: ``Europa será socialista. . .''
<br />
<br />
No se trata, claro está, de equiparar a Hitler y a los socialistas de todos os países. No ignoramos que los socialistas
cuentan en sus filas con muchos hombres profundamente respetuosos de los verdaderos valores sociales, y a éstos
precisamente es a los que quisiéramos poner en guardia contra los peligros de la hipertrofia estatal. Cuando Luis XIV
decía: ``El Estado soy yo'', expresaba un absolutismo muy limitado. Ser dueño del Estado no significaba entonces
ser dueño de todo. Una infinidad de organismos (familiares, locales, judiciales, religiosos, etc.) escapaban al
control inmediato del Estado y, por consiguiente, al del ``tirano''. Ya no es lo mismo hoy día, cuando el Estado
tiende a identificarse con la nación misma. Todo estará en manos del Estado, proclaman ciertos emancipadores del
pueblo. Muy bien. Pero el Estado mismo, ?`entre las manos de quién estará? ?`Del pueblo? Sabemos muy bien que eso
no es posible; estará en manos de aventureros que hablarán en nombre del pueblo y cuyo poder, multiplicado
por la centralización, sobrepasará al de los peores tiranos de otros tiempos. Un Hitler acaba de darnos la medida
de lo que puede ser semejante tiranía.
<br />
<br />
<div align="center">
* * *</div>
<br />
Sin embargo, nuestro horror de los totalitarismos no nos convierte en partidarios de un liberalismo sin freno ni
contrapeso. Muchos de los lectores y críticos de DIAGNÓSTICOS nos han alistado espontáneamente entre los espíritus
``de derechas''. Aceptamos de buen grado la etiqueta, pero a condición de que se nos permita precisar el contenido
del frasco. En 1942 publicamos sobre el problema de las relaciones entre las derechas y las izquierdas algunas
páginas que resumen bien nuestra posición personal y que reproducimos aquí exactamente:
<br />
<br />
``?`Es usted de derechas o de izquierdas?, me han preguntado muchas vezes. Ante todo, contesto yo inmediatamente a mi
interlocutor: ?`qué entiende usted por izquierdas y por derechas? Las respuestas que obtengo me confirman en la
opinión de que esas nociones de derechas y de izquierdas, en la mente de la mayor parte de los mortales, van
envueltas en una inverosímil niebla de prejuicios y de ilusiones.''
<br />
<br />
``Personalmente, recuerdo haber sido calificado en el mismo día de odioso reaccionario, porque afirmaba que no
hallaríamos la salvación más que en la creación de una nueva aristocracia, y de espantoso socialista, porque admitía
ciertas dudas sobre la legitimidad de la propiedad puramente capitalista.''
<br />
<br />
``En mi opinión, dos grandes fuentes de error contribuyen, en este dominio, a confundir y descaminar los espíritus.''
<br />
<br />
``La primera consiste en enfrentarse con ciertos problemas sociales que tienen un contenido eterno, no ya, como
convendría, en función de las leyes esenciales de la naturaleza humana, sino únicamente desde el puento de vista de
ese accidente monstruoso---y relativamente reciente---que es el dominio absoluto del dinero. Esto es una mina
inagotable de equívocos. Por una parte, muchos hombres de derechas, pontífices o aprovechadores del capitalismo, se
imaginan que ellos encarnan los valores de orden y de estabilidad; por otra parte, muchos hombres de izquierdas,
disimulando sus instintos de subversión bajo el velo de un ideal de justicia y de progreso, se gozan en destruir,
a través del falso orden burgués y la tiranía del dinero, las nociones eternas de autoridad y de jerarquía.''
<br />
<br />
``Si afirmamos la necesidad de una sana aristocracia dirigente, independiente de los cambios y caprichos de las masas,
se nos trata inmediatamente de enemigos del pueblo, se une nuestra causa a la de los poderes financieros o de los
burgueses ociosos y degenerados. Se olvida una cosa: que la aristocracia de que nosotros hablamos tiene tan poca
relación con la pseudoaristocracia de amos y aprovechados de la hora presente, que sería preciso crearla casi por
entero.''
<br />
<br />
``Reprochamos a ciertas ideologías de derechas el no tener otro objetivo que salvar, so capa de oponerse a la
anarquía, ciertas ventajas exclusivamente materiales y financieras. Pero experimentamos igual repulsión por otras
ideologías de izquierdas que se proponen <i>únicamente</i> reclamar para todos los hombres las mismas sórdidas
ventajas. En ambos casos, la primacía absoluta de la materia, del dinero---raíz fatal de injusticia, de
desmoralización y de conflictos---, permance incólume.''
<br />
<br />
``Nuestras ambiciones son más profundas. Nosotros queremos una refundición medular de la sociedad que, en todos los
grados de la escala social, asegure a los hombres una amplia independencia respecto al dinero. En otros términos,
queremos que los valores vitales y espirituales sustituyan a los valores financieros como medida del esfuerzo de un
hombre y de su lugar en la jerarquía. Somos tan poco burgueses, en el sentido envilecido de esta palabra, que, lejos
de querer aburguesar al pueblo (Péguy había denunciado ya esta tara de ciertos socialismos), querríamos desburguesar
al burgués mismo.''
<br />
<br />
``Si el socialismo consiste en frenar los excesos del capitalismo liberal en provecho de las comunidades y de las
jerarquías naturales, nosotros somos socialistas. Pero si consiste en destruir el capitalismo liberal en provecho
de un capitalismo de Estado aún más ajeno a las necesidades profundas del hombre, entonces ya no somos socialistas.
Si se trata de reabsorber el proletariado permitiendo a cada uno que represente un papel orgánico en sua sociedad
organizada y que desarrolle su personalidad en su trabajo, estamos de acuerdo. Pero si se trata de reemplazar la
inseguridad de los proletarios por la seguridad muerta de una polvareda de funcionarios sin ambiente humano, sin
lazos vivos con su tarea, más desarraigados y más irresponsables todavía que los burgueses egoístas, todo lo que
sabemos sobre el hombre, todo lo que amamos en el hombre se subleva contra esta forma de ``progreso''.
<br />
<br />
``El capitalismo es como una mesa donde se sirven alimentos adulterados a un pequeño número de hombres.
Desgraciadamente, hay demasiados revolucionarios que no tienen otra ambición que la de multiplicar hasta el
infinito el número de los invitados a este festín impuro. Por nuestra parte, nosotros queremos derribar la mesa a fin
de servir a los hombres un alimento más humano.''
<br />
<br />
``El segundo error consiste en establecer una oposición absoluta entre la derecha y la izquierda, siendo así que
estas dos nociones, en la medida en que corresponden a un objeto real, se interpenetran y se completan en la unidad
de la vida.''
<br />
<br />
``Es un absurdo abuso este de pegar sobre cada frente pensante una etiqueta inamovible de hombre de derechas o de
hombre de izquierdas. En realidad, un auténtico guía de la humanidad no es nunca de derechas ni de izquierdas de modo
absoluto y definitivo: es de derechas o de izquierdas según los tiempos, los lugares, las circunstancias y las
diversas realidades que maneja.''
<br />
<br />
``Bossuet, por ejemplo, ?`es de derechas cuando proclama el derecho divino de los reyes? O bien, ?`es de izquierdas
cuando denuncia el egoísmo asesino de los ricos? ?`Es ser de izquierdas el tomar partido por el auténtico pueblo que
sufre y que lucha? O bien, ?`es ser de derechas el oponerse al populacho (que, por cierto, no está forzosamente
compuesto sólo de pobres), ávido de destruir y de dominar?''
<br />
<br />
``En último análisis, estas nociones de izquierdas y de derechas tienen sólo una importancia relativa. Lo esencial es
realizar una sintesis viable de los diversos elementos (libertad y autoridad, igualdad y jerarquía, etc.) englobados
en las dos ideologías opuestas. Todo educador digno de este nombre se siente duro frente a un niño mimado y tierno
frente a un niño maltratado. Y es el mismo amor del niño el que dicta estas dos actitudes en apariencia contradictorias.
Un bueno carretero empuja al carro cuando sube y lo frena cuando desciende, y ambas acciones testimonian el mismo
cuidado de la buena marcha del tiro. Lo mismo sucede con las izquierdas y las derechas. Allí donde el armazón
social amenaza derrumbarse hacia la derecha, nosotros nos inclinamos hacia la izquierda para procurar restablecer el
equilibrio; allí donde amenaza derrumbarse hacia la izquierda, nosotros nos inclinamos hacia la derecha. Y a los que nos
acusen de relatividad y de oportunismo y nos reprochen no tomar netamente partido por tal o cual movimiento de derecha
o de izquierda, le responderemos que hemos tomado partido desde un principio por el <i>centro</i> de gravedad del
edificio.''
<br />
<br />
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* * *</div>
<br />
No añadiremos a estas líneas más que una última precisión. Todo el mundo está hoy día de acuerdo en denunciar el
fracaso del capitalismo liberal. El anticapitalismo se ha convertido en lema común a la mayoria de los partidos,
desde la extrema derecha, que se complace en recordar las palabras del Conde de Chambord sobre ``la fortuna
anónima y vagabunda'', hasta la extrema izquierda, que estigmatiza estrepitosamente ``la dictadura de los trusts''.
Evitemos, sin embargo, dejarnos hipnotizar por un objetivo puramente negativo. Hay un deber aún más importante que el
de luchar contra el capitalismo: el deber de suscitar los organismos básicos, los cuadros y las <i>élites</i>
capaces de reconstruir un mundo viable a través del hundimiento del capitalismo. ?`Podemos afirmar que tales
elementos existen hoy en dia? En muchos casos, ?`no es la organización capitalista la última estructura social,
artificial y malsana sin duda, pero más allá de la cual no queda más que un arenal de individuos sueltos? Y si
esta estructura se rompiese súbitamente, ?`cómo evitaríamos, en primer lugar, el caos y en seguida la opresión
totalitaria? De aquí la urgencia de establecer con toda rapidez los organismos profesionales y locales, las
comunidades vivas que nos eviten pasar de la tirania del financeiro a la del burócrata, del reinado de la caja
fuerte al de la circular. No basta demoler, es preciso también construir; o, más bien, es <i>preciso demoler
construyendo</i>. Lo ideal sería que el capitalismo fuese, no destruído por una revolución que no dejase tras de
sí más que ruinas, sino corregido y reemplazado gradualmente por el desarrollo de auténticas comunidades humanas.
Debemos luchar contra el capitalismo de modo semejante a como la segunda dentición de los niños lucha contra la
primeira: cada diente que cae es reemplazado por otro diente más sólido y mejor adaptado a las necesidades del ser
humano.
<br />
<br />
<div align="center">
* * *</div>
<br />
La degeneración de las tradiciones, de las costumbres y de los caracteres; la instabilidad familiar y profesional;
la limitación de la natalidad; la lucha de clases y de partidos, y todos los otros males diagnosticados en este
libro, hacen aparecer ante nuestros ojos con angustiosa evidencia la terrible pérdida de sustancia que afecta a
nuestro país. Hay demasiados franceses que, absortos en la fórmulas políticas más abstractas, arbitrariamente
revestidos de un poder mágico, discuten para decidir si la casa se pintará de blanco, de verde o de rojo; lo malo
es que olvidan que los cimientos amenazan ruina. No se trata de enlucier, sino de reconstruir. Se trata de re-crear
humildemente, pacientemente y empezando por la base, una estructura orgánica de la ciudad en que el hombre,
íntimamente ligado a su tarea y a sus semejantes, pueda vivir y trabajar de acuerdo con las exigencias profundas
de su naturaleza, y donde el mínimum de violencia legal inherente a toda sociedad sea la defensa y no la tumba de
la liberdad. Tal objetivo deberia bastar a unir los esfuerzos de todos los hombres de buen sentido y de buena
voluntad. Por nuestra parte, jamás hemos tenido otra ambición que aclarar un poco el camino que lleva a este fin.
<br />
<br />
<i>Aroue, 24 de noviembre de 1944.</i>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-13372970471674523922012-07-28T12:18:00.000-03:002012-07-28T12:20:39.867-03:00Nolite judicare<div style="text-align: justify;">
Eu penso naquele homem que uma esposa egoísta e tirânica humilha constantemente em público. A reacção é unânime por parte daqueles que com ele convivem. "Eu não suportaria isto" --- exclama toda a gente. Esta afirmação é tanto mais peremptória quanto cada um se coloca <em>de repente e sem transição</em>, com o seu estado de alma e seus hábitos, na situação daquele infeliz. O que ninguém vê é o declive <em>insensível</em>, por onde este homem, porventura tão independente e altivo outrora, desceu a tamanha degradação. A mulher que hoje o avilta, soubre primeiramente fazer-se amar; ela só descobria então o lado melhor de si mesma; os seus defeitos revelaram-se pouco a pouco, e nenhuma das suas exigências ou deveres constituia razão para transformar um amante dócil em domador brutal. Eis porque a queda é fatal quando o declive é progressivo.<br />
<br /></div>
Fonte: "O olhar que se esquiva à luz" - Livraria Figueirinhas - Porto, 1957Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-13897526799424798882012-07-19T10:13:00.002-03:002012-07-19T10:13:58.273-03:00Aforismo<div style="text-align: justify;">
"É uma grande loucura pretender alguém ser o único sábio". Porque a sabedoria é por essência difusiva e acresce pela comunhão. Mas pode também dizer-se, numa época em que tantos loucos querem apresentar a sua loucura como uma forma de sabedoria (Gabriel Marcel fala, a justo título, do " conformismo do aberrante") que é uma grande sabedoria ser louco sòzinho, isto é, não espalhar a sua loucura por onde quer que seja, não inverter a escala dos valores, sob pretexto de que nos encontramos em baixo. Regra de vida: repartir tudo o que se tem de bom e guardar com avareza tudo o que se tem de mau.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fonte: "O olhar que se esquiva à luz" - Livraria Figueirinhas - Porto, 1957
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-36035421086734668962012-06-25T09:57:00.000-03:002012-06-28T11:11:53.981-03:00Por que sou cristão?<div style="text-align: justify;">
Porque tenho fome de um Deus que não seja nem pura treva, nem eu mesmo, de um Ser que, embora intimamente parecido comigo, seja também tudo o que me falta.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Porque neste mundo quero abençoar tudo, sem nada divinizar.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Porque quero conservar ao mesmo tempo o olhar claro e o coração em chama.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Porque sinto que a aventura humana se dirige a algo diferente e melhor do que um desespero sem conteúdo, do que uma interrogação sem resposta, do que uma inércia vazia de sentido.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Porque quero conciliar a imensidade de amor que há em mim, com o desencanto tantas vezes provocado pela presença do homem.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Porque preciso de luz no mistério, e de mistério, na luz.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Porque quero ter, não só a força de construir e de viver, mas também a outra, que a transcende, de esperar, mesmo no desmoronamento e na morte.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Mas, se espero tudo, se creio tudo, como diz São Paulo, será apenas para tornar a vida mais suportável e para ser consolado? Sim. Também destas pequeninas necessidades pessoais se trata, quando nos sentimos ligados a todo o universo, responsáveis por todo o universo!</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Na verdade, é a minha paixão do mundo que me faz cristão. É o meu respeito e a minha gratidão para com este destino que me sustenta e que se não identifica comigo.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Não me amo bastante, para escolher no céu um Deus conforme os meus desejos, mas amo bastante a vida, para não a julgar infinitamente bela, plena e justa, para não a confundir radicalmente com o Deus dos cristãos.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
É como se vê, a transposição da aposta pascaliana, do sujeito para o objeto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Fonte: "A escada de Jacob" - Editorial Aster - Colecção Éfeso</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-77936305433640761862012-06-17T15:48:00.000-03:002012-06-21T09:22:12.135-03:00EROTISMO CONTRA AMOR<div style="text-align: justify;">
A chamada civilização ocidental encontra-se completamente submersa num nevoeiro de erotismo, tão denso e tão insalubre como o <em>fog</em> londrino nos piores dias de outono.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quer se trate de jornais, livros, espetáculos ou anúncios, encontra-se por toda a parte a mesma <em>escalada</em> do sexo (embora, na realidade conviesse mais falar de <em>escorregamento</em>), o mesmo desfile de narrações ou imagens eróticas, sempre tão fastidiosas --- dizia Camus --- como a leitura de um manual de bons costumes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Esta invasão atinge um grau de variedade e de irrealismo que não tem paralelo em momento algum da História. Acode-nos imediatamente ao espírito a frase de Talleyrand: "Todos os exageros são insignificantes". A inflação traz consigo a desvalorização.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Não é em vão que se diz que a estupidez absoluta "desarma". Não se pode reagir senão com o riso. O riso purifica. e disse-se que no último dia a Eterna Sabedoria rirá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mas se o erotismo --- pelo que é em si --- não produz em nós mais que irrisão, aparece também como um terrível sinal de alarme no que respeita às realidades humanas, que esgota e desnaturaliza. Ao mesmo tempo que rimos perante a caricatura, choramos perante a forma mutilada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
E aqui, a forma é a sexualidae humana, que, longe de ser --- como nos animais --- uma faculdade quase autônoma e dirigida por uma finalidade invariável (acto sexual, procriação), apenas se exerce em função de uma interpretação e de uma orientação de que participam todos os restantes elementos da personalidade: afectividade, desejo de domínio, sentido estético e religioso, etc. O que eu condeno no erotismo é o facto de solicitar o mais superficial e baixo desses elementos, para desviar a sexualidade dos seus fins biológicos e espirituais, conseguindo degradar o homem completo, tornando-o escravo de um "sex-ídolo" simultâneamente desvitalizado e sem espírito. Em última análise, não se trata de cultivar o apetite carnal mas de prostituir o ideal na carne.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
AMOR DOENTIO</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O que é o erotismo? O termo, de origem muito recente, serve para designar hoje em dia tudo aquilo que nas palavras, textos e imagens faz referência à atracção dos sexos: frases, livros, canções, pinturas, fotografias, cinema... eróticos. Tudo o que implica complacência, deleitação do espírito nas coisas da carne: o Larousse registra as duas definições seguintes: "amor doentio" e "busca da sensualidade". Acrescentemos que se trata mais de uma sensualidade representada do que de uma sensualidade vivida; mais de uma obsessão do que de uma necessidade; de uma ficção enxertada numa realidade e que, como veremos adiante, tende a desnaturalizá-la e até a sustituir-se a ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
ÍDOLOS E TABUS</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Qual é a causa desta vaga de erotismo no mundo contemporâneo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Pode pensar-se num fenómeno de rejeição exuberante, como reacção ao excesso de rigorismo das gerações precedentes. O Jansenismo e o Puritanismo, que reprovam como inconfessável, e coisa de que não podia falar-se tudo o que se referia às obras da carne, constituíram feitos inéditos na História. Como um gás demasiado comprimido, esta sexualidade a que se tinha negado o lugar na mente e na expressão, acabou por fazer estalar as barreiras e estendeu-se por toda a parte. E ao tabu sucedeu o ídolo...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mas tudo o que existia de artificial e malsão no tabu comunicou-se ao ídolo. Assistimos a uma degenerescência hipertrofiada da sexualidade: o erotismo moderno procede mais da excitação que do vigor, mais do cérebro e dos nervos que da carne e do sangue. E os seus extremos apresentam uma impotência básica para assumir normalmente a realidade sexual. A seexualidade introduz-se em toda a parte, na medidade em que se é incapaz de a exercer no lugar adequado. Invertendo a célebre frase de Pascal, um jovem filósofo canadiano, Jacques Dufresne, escreveu que a sexualidade "tem a circunferência em todas as partes e o centro em parte nenhuma".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
A sexualidade gravita em torno de pois polos: o apetite carnal e o amor espiritual. O erotismo actual não tem nada a ver com um nem com o outro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O EROTISMO, FLOR DE ESTUFA</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Uma simples olhadela pela literatura e pelas representações eróticas basta para apreciar quão longe nos encontramos da louçania e da efervescência vitais. Com algumas exceções --- um Brassens, por exemplo, ou um Delteil --- as obras em que se expõem todas as intimidades carnais situam-se nos antípodas da sã galhardia de um Aristófanes ou de um Rabelais. A frialdade alia-se à obsecenidade, é a tranposição do <em>strip-tease</em> em tudo o que representa de malsão e calculado. Penso nalguns romances de inspiração psicanalítica ou existencialista, onde se expõem, num ambiente de conivência os tenebrosos <em>bas-fonds</em> da vida sexual. Quem seria capaz de falar de leveza ou de louçania? O que se desprende dessas folhas sem clorofila é um peso mortal de tédio: o que nos trazem à imaginação são esses fungos de inverno, acetinados, pegajosos que pululam à volta de um tronco velho apodrecido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
"PLAY-BOY" OU AS MONTRAS DO SEXO</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O mesmo se passa com as imagens. Nas inúmeras publicações de tipo "Play-Boy" sobressai a habilidade dos "escaparatistas" do sexo. Corpos femininos generosamente desvestidos, mas adornados com um certo véu, de modo que --- por meio de uma sábia distribuição de exibição e mistério --- a subtil arte do "deshabillé" proporciona o aspecto picante do nu...; e tudo isso para provocar uma excitação fictícia que tem mais de prurido que de desejo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Seria necessário analisar a importância desmedida que a imagem ganhou na vida psíquica --- consciênte e, sobretudo, inconsciente --- do homem contemporâneo. Não me refiro às imagens surgidas da fantasia de cada indivíduo, mas sim às imagens fabricadas em série por técnicos da informação e da propaganda. Essas imagens são, para muitos homens, como que o primeiro alimento que recebem da realidade, como que o ponto de vista a partir do qual apreciam essa realidade. Sente-se, julga-se, tem-se a atracção ou repulsa através de uma imagem. Não mais esquecerei a reflexão que fez um modesto cidadão em Chamonix, ao contemplar o Monte Branco pela primeira vez: "Ah... Já vi isto na televisão".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
UMA CIVILIZAÇÃO ARTIFICIAL</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Se, como diz Platão no mito da Caverna, o mundo sensível não é mais do que um tecido de aparências, podemos dizer que avançamos um passo em direcção à realidade, e que vivemos entre sombras "ao quadrado" e reproduções de aparências. Em todos os campos, o homem moderno se converte em "voyeur" (emprego conscientemente esse termo, tirado do vocabulário erótico), na medida em que se alimenta de espectáculos --- raramente directos e quase sempre retransmitidos --- de factos em que não pode participar efectivamente quer devido ao afastamento quer devido às suas possibilidades. Um "voyeur" da política, do desporto, da guerra, --- e até da natureza --- : estou a pensar nos inúmeros turistas para os quais a fotografia que podem fazer tem mais importância que a paisagem que podem contemplar. E não apenas as idéias (se se pode empregar este termo), mas também as sensações mais elementares, que são dirigidas e falsificadas pela imagem. Poder-se-ia falar do papel que desempenham a apresentação e a publicidade (flamantes etiquetas nas garrafas, "estrelas" nos restaurantes --- que símbolo para esta prostituição do astro na boca! ---) em matéria gastronómica. <em>Sapiunt alieno ex ore</em>: "só saboreiam pelo boca do vizinho", dizia o velho Lucrécio. Estamos condicionados pela imagem, inclusivamente perante o conteúdo do nosso prato ou do nosso corpo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Esta intoxicação atinge o ponto culminante no erotismo. Voltamos a encontrar o clássico duo exibicionista --- "voyeur", dilatado e multiplicado até ao infinito, por meio do papel impresso e das imagens.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
CONFUSÃO DE VALORES</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Em que consiste o "voyeurisme"? Sabemos todos que a beleza física é ao mesmo tempo objecto de desejo e de contemplação. O desejo tende, naturalmente, para a posse, o que leva consigo a ampla utilização do sentido do tacto. Ao contrário, a contemplação refere-se apenas ao sentido da vista (o mais nobre, o mais parecido com o espírito, o Eros der Ferne, de Klages). Simone Weil define beleza como "um fruto que se olha sem estender a mão".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O "voyeurisme" procede da confusão destes dois valores. A vista converte-se em fornecedora do desejo: prostituiu-se e, em última análise, identifica-se com o tacto: não só se observa estendendo-se a mão, como o próprio olhar substitui a mão. Não há nada mais expressivo que o ditado popular "comer com os olhos". Neste ponto é que aparece a diferença entre o nu estético e o nu erótico: o primeiro é evocação da beleza, o segundo é provocação do desejo. De um desejo que quase sempre se consome no próprio olhar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
UMA DUPLA FRUSTRAÇÃO</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Esta combinação bastarda desemboca numa dupla frustração: a que diz respeito ao aspecto contemplativo, visto que o olhar, ofuscado pelas emanações do desejo, não pode atingir o belo na sua pureza, e no que diz respeito ao aspecto sensual também, visto que o homem fica obcecado, até mesmo no exercício concreto da sexualidade, por uma nebulosa de imagens inacessíveis que se interpõem entre o seu desejo e o objecto possuído. A civilização da imagem democartriza o suplício de Tântalo. Quem está demasiado habituado a "comer com os olhos" perde ao mesmo tempo a pureza do olhar e o gozo da posse.É um facto provado que o erotismo e a insatisfação sexual andam juntos. Um psicólogo americano falava-me recentemente dos homens impotentes e das mulheres "frias e desenfreadas".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mas, como se explica o prodigioso êxito do erotismo? O sexo comercializado vende-se às mil maravilhas. Como é que se encontram tantos compradores? ...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Não basta invocar a potência bio-psicológica do apetite sexual, já que o erotismo se refere ao corpo apenas indirectamente e não traz nada ao espírito. É no clima interior e exterior em que o homem se encontra imerso que devemos buscar as razões deste êxito.</div>
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UMA CIVILIZAÇÃO DE "MIRONES"</div>
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Em primeiro lugar corresponde ao carácter artificial da nossa civilização. Em todos os ramos da nossa atividade (alimentação, trabalho, distração, deslocações, etc.), cada vez se multiplicam mais os "écrans" entre o homem e a Natureza. O erotismo partilha deste movimento: a "boneca" descarnada do cinema ou o cartaz publicitário são um prolongamento de laranja envolvida em celofane, do vinho químico e da diversão dirigida. Existe também um parentesco com as drogas, cujo consumo não deixa de aumentar (as doenças terapêuticas estão na ordem do dia das preocupações médicas), desempenham, em relação à sexualidade normal, o papel de excitante e de sedante, visto que, por um lado, incentivam a "liberdade de costumes" e, por outro, (é o grande alibi invocado pelos "pornocratas"), acalmam a insatisfação sexual, desviando-a pelos caminhos aparentementes inofensivos do sonho. </div>
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Adapta-se também à atmosfera de <em>facilidade</em> que nos rodeia. O exercício normal da sexualidade implica sempre um mínimo de obstáculos e de responsabilidades, ao passo que a letra impressa e a imagem poder ser absorvidos sem esforço e sem continência. E toda a gente é convidada para este festim ilusório: "Tudo para todos", na medida em que tudo se reduz a nada. Uma vez que não tem duração real, a sexualidade imaginária não tem limites: tudo é possível, tudo é permitido no reino do sonho e da ficção. No mundo das imagens toda a gente é rei. Qualquer zé-ninguém encontra ao alcance das mãos --- melhor dito, dos olhos ---, material suficiente para construir, sonhando um harém tão opulento como o de Salomão. Consegue também a sua parte o instinto igualitário que domina a nossa época.</div>
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DEGRADAÇÃO DO INSTINTO RELIGIOSO</div>
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Mas há pior. Trata-se do desvio e da degradação do instinto religioso, do sentido do mistério e do sagrado, que desapareceram pràticamente deste nosso mundo utilitário. De facto, podemos falar de uma transcendência da sexualidade, a respeito do indivíduo: por isso existem afinidades entre o amor humano e o amor divino, tão longamente recordadas por tantos escritores místicos. Os <em>amantes</em> sentem vibrar uma promessa misteriosa na atracção que os inclina para o ser desconhecido e complementar: o seu amor baseia-se antes de mais na esperança de uma revelação. Os que são incapazes de receber esta revelação através do amor, procuram-na no erotismo. É a única saída para o desconhecido que resta a tantos dos nossos contemporâneos, cuja vida condicionada e sem cor se desenvolve sem aventuras e sem imprevistos à face da terra e sem esperança do céu. O erotismo dá-lhes a ilusão de que ultrapassam a sua mediocridade e dos seus limites. "O infinito à disposição dos cães fraldisqueiros", dizia Céline...</div>
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De outro modo torna-se impossível compreender esta magia do erotismo e a atracção que exercem todos os falsos mistérios, pululando em torno de um verdadeiro mistério esquecido e profanado. As "revelações" do erotismo referem-se ao corpo feminino e aos gestos --- normais ou aberrantes --- do amor carnal. Como se houvesse algum ineditismo em tudo isso! A literatura grega e os documentos da vida privada dos doze Césares esgotaram já o assunto. Onde encontrar, no meio de tantas antiguidades, o menor sinal de novidade? A "escalada do nu" é assunto de todos os tempos: como se se tratasse de um monte inacessível cujo cimo se perdesse na "nuvem do desconhecido"!</div>
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Mas --- di-lo-emos de novo ---, trata-se de um fenómeno sobre o qual a lógica e até a evidência não têm qualquer poder. Baudelaire via nele o indício do "animal religioso que se engana de ídolo". O erotismo é como uma janela falsa pintada na parede, através da qual o mal-amante e o mal-amado tentam em vão fugir ao seu isolamento e ao seu tédio. E esta religião do sexo tem os seus deuses, os seus mistérios, os seus mediuns (os "monstros sagrados"), com a aviltante particularidade de qe o que não tem nome substitui o indizível.</div>
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UMA "RELIGIÃO" QUE SE CONSOME A SI MESMA</div>
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Falo já no passado, porque a religião do sexo começa a apresentar graves indícios de desgaste. Consome-se à medida que consegue liquidar o velho capital de proibições, de inibições e pseudo-mistérios amontoados pelas gerações precedentes, já que o seu prestígio provém disso mesmo. Mas além do pecado, o mesmo da ilusão, chega a insignificância do sexo. A miragem, ao desvanecer-se, deixa ao nu a imensidade estéril do deserto. O sexo entra assim no ciclo economia de consumo. A mulher eterna e a mulher fatal --- Beatriz e Circe --- dissipam-se simultâneamente. Apenas resta um passatempo, uma utilidade, um objecto de entretenimento. Presenciei recentemente, num lugar público, uma conversa entre dois jovens varões. Falavam, alternando, de automóveis e de mulheres. O tom mal variava (em ambos os casos se tratava de elegância de linhas, de "performances" técnicas). Embora houvesse um pouco mais de recolhimento ao falarem de carros. Na verdade, são mais caros e fazem correr mais riscos... </div>
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Os crescentes sobrelanços nos <em>leilões</em> (quem dá mais?) do erotismo aceleram esta queda. "Há que sacudir, seja por que preço for, a indiferença dos homens", li sob a caneta de um experimentado empresário de espectáculos licenciosos. Desconhecia que "empantorrar" de comida fosse um remédio para a falta de apetite...</div>
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Tal é o declive da idolatria. A exaltação do sexo leva directamente à desvalorização e ao desprezo pelo sexo. Não a esse desprezo <em>polémico</em>, de que os velhos ascetas se serviam como se fosse uma cura contra tentações demasiado fortes, mas ao desprezo indiferente dos "satisfeitos". O altar para os ídolos não é mais que a antecâmera do caixote do lixo e da cloaca.</div>
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O AMOR FRENTE AO EROTISMO</div>
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A conclusão depreende-se por contraste. O problema da saúde e do desenvolvimento sexual não se põem ao nível do sexo, mas ao nível do homem, quer dizer, da orientação que ele dá ao seu destino, e na qual o sexo não é mais do que um elemento. E a solução encontra-se no amor. Lembro-me da frase que Bismark disse à sua jovem esposa que se julgava ameaçada pela infidelidade: "Serias capaz de esquecer que me casei para te amar?" Este <em>para</em> implica muito mais liberdade que qualquer <em>porque</em>; sela, por uma exigência invariável do espírito, a promessa nascida da emoção fugida dos sentidos; traduz a "ardente paciência" do escultor que obtém uma estátua do material indeterminado que a imaginação e a carne proporcionam. O amor do par humano <em>domestica</em> a sexualidade: enxerta um laço singular e irredutível sobre esta força cega e anónima. O erotismo imita o anonimato da Natureza (há nada mais impessoal que o seu arsenal de fórmulas e de imagens?), desnaturalizando-o por meio dos artifícios do espírito.</div>
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Não há nada sagrado sem sacrifício, nem plenitude sem ascese. O amor dá sentido e finalidade ao sexo e ao mesmo tempo, impõe-lhe um limite. É impossível ir longe errando em todas as direcções: o caminho estreito é o único que conduz ao país sem fronteiras. O erotismo actua ao contrário: suprime aparentemente os limites da sexualidade e priva-a de sentido e de fim. É um beco sem saída disfarçado de terra prometida, onde os estropiados da sexualidade e os subdesenvolvidos do amor procuram uma evasão, encontrando ainda maior cativeiro.</div>
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Fonte: "Rumo - Revista de problemas actuais", Número 150, Agosto de 1969.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-12647454516624063492012-05-20T15:36:00.000-03:002012-05-20T15:48:20.089-03:00En Marie le soleil de Dieu ne fait point d'ombre<div style="text-align: justify;">
Cette piété mariale, cette piété sensible dont je m'étais un peu méfié, je dois vou avouer que je l'ai retrouvée, un jour, je ne sais comment --- les grâces divines viennent comme elles veulent... l'Esprit souffle où il veut --- je l'ai retrouvée, dis-je, non plus dans la sensibilité, no plus dans l'imagination, mais comme une révélation, dans l'Intelligible, au-delà de l'Intelligible, dans le Sacré, au noyau même de l'Esprit, là où l'existence se noue à l'essence, dans ce monde inaltérable auquel nous participons tous un peu.</div>
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Ce fait prodigieux: La virginite maternelle</div>
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Eh bien! je voudrais vous dire deux mots simplement, deux paroles, que me semblent indiquer la valeur de Signe, la la valeur d'Exemple que représente pour toutes les époques, et en particulier pour notre époque, ce fait prodigieux de la Virginté maternelle. Ce sont des mots que nous prononçons très facilement, et nous ne voyons pas l'abîme qu'ils recouvrent. Deux grandes leçons d'éternité, paticulièrement adaptées à notre temps, faites pour notre temps, avec sa vaine et son impure agitation.</div>
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Marie, précisément Vierge et Mère! quelle leçon! quel signe! quel exemple!... Vierge, mais no stérile! Féconde, sans revers d'impureté! Intacte et jaillissante! une fontaine fermée, un vase scellé, comme dit l'Ecriture, d'où jaillit la source immortelle.</div>
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Trop souvent, ce qu'on appelle virginité s'accompagne de stérilité. Dans tous les domaines. Les champs de neige sous les étoilles sont magnifiques, mais rien n'y pousse, tandis que là où pousse quelque chose, trop souvent, il y a trop d'impuretés. La forêt sous les Tropiques est grouillant de vie, mais en même temps, grouillante d'impuretés. Il en est de même dans le domaine humain; il y a trop souvent une antithèse entre la pureté et ce qu'on appelle l'efficacité; trop souvent "ceux qui ont les mais pures, n'ont pas de mains!" comme disait Péguy qui le leur reprochait assez. Et ceux qui travaillent ont les mains sales!... c'est infiniment regrettable!</div>
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Seulement, tout cela n'est vrai qu'à un certain niveau. Plus on s'éleve, plus on va vers l'altitude, plus le choses qui, en bas étaient opposées, s'unissent, deviennent complémentaires. Quel était le poète qui, parlant de la Sainte Vierge disait: "O, toi, par qui s'unit en haut tout ce qui se sépare en bas!" C'est parfaitement vrai! En haut, la pureté et la fecondité, se rejoignent. La Virginité peut se communiquer, et se communiquer sans se dégrader, sans s'avilir, sans se souiller, un peu comme les rayons du soleil qui se posent, sans se salir, sur toutes les impuretés de la terre.</div>
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La Sainte Vierge nous offre l'exemple suprême, l'exemple absolu de cette synthèse. Cette virginité a donné Dieu au monde. C'est bien cela vraie efficacité... Il y a là, je crois, quelque chose d'essentiel. Sophocle disait déjà qu'il y a au fond des choses une adorable pureté. Si nous savons aller jusqu'à cette pureté qui est au fond des choses, si nous savons nous en imprégner, nous pourrons, même ici-bas, être efficaces, être utiles, être féconds sans dégrader notre idéal. Et sans avoir besoin pour agir d'admettre les compromissions, les impuretés, le tapage! Leçon prodigieuse pour l'activisme du siècle.</div>
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CE QUE LE SIECLE FAIT DE LA FEMME: UNE IDOLE, QUELQUE CHOSE D'EMPAILLE</div>
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Deuxième leçon (il y en aurait cent! mais je suis obligé de me résumer, je vous dis simplement quelques mots). Vous savez que notre siècle est un siècle d'érotisme, c'est le moins qu'on puisse dire!... d'adoration, en quelque sorte servile et stupide de la femme. Notre époque adore la femme, mais elle la dégrade en l'adorant, car il y a une forme d'adoration, qui est très voisine de l'insulte, qui d'ailleurs va très vers l'insulte. Quand l'adoration est déçue, elle détruit les idoles. Entre l'idolâtre et l'iconoclaste, il n'y a qu'un pas à franchir, et il est vite franchi en géneral!</div>
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Enfin, notre époque, en adorant la femme la dégrade en en faisant non seulement un objet de plaisir (ce que serait encore le moin mal, ou encore peut-être la chose moins impure, car le plaisir a tout de même d'étroites limites dans le temps et dans l'espace), mais elle en fait une espèce d'idole cérébrale, abstraite, qui imbibe toute l'imagination, qui flotte comme une espèce de vapeur dans l'atmosphère que nous respirons. Elle en fait une image de la femme qui n'a aucun rapport avec la femme, une image abstraite de la femme, une image irréelle. Toutes ces images de femmes, qui traînent partout, dans tous les journaux, sur toutes les affiches, partout, qui imbibent notre époque, avez-vous remarqué à quel point elles sont irréelles, à quel point elles se ressemblent toutes? Même allure, même ligne, même galbe, même sourire plus ou moins figé, tout à fait stéréotypé. C'est vraiment l'idole, quelque chose d'empaillé... et des jouets, n'est-ce pas?... des poupées!... oui, des poupées qu'on adore ou qu'on rejette, un pitoyable mélange de chair et de rêve, et l'amour est terriblement absent de ces jeux!...</div>
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Mais tout de même, il faut le reconnaître aussi, cette idolâtrie de la femme, si stupide qu'elle soit, comme toutes les idolâtries elle procède d'un sentiment profond dévié... Elle procède le l'intuition d'une réalité: La femme, porte de l'Absolu. La femme, source de la vie. Le Mythe antique des Mères. Tout cela représente quelque chose: l'idée que la femme nous rend à l'Origine, qu'elle nous rend au Principe, au Créateur, selon le mot de Lamartine, "Car l'homme éclos un jour d'un baiser de ta bouche, à jamais se souvient de sa première couche".</div>
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Il est bien certain que l'Homme cherche l'Absolu dans un être évidemment fragile et impur. Le seul bien de l'Eden qu'il ait emporté dans sa chute et dans son exil. Il n'a pas tort, certes, d'une certaine manière, mais il le cherche mal. Comme dans toutes les idolâtries, il cherche trop bas... Il ne remonte pas, jusqu'à la lumière qui nous a créés.</div>
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EN MARIE LE SOLEIL NE FAIT POINT D'OMBRE</div>
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Marie, elle, qui est en quelque sorte l'Archétype pur de la femme, elle nous attend au confluent de la femme et de la Lumière. Elle est la femme parfaitement transparente, toute baignée de lumière. Selon le mot admirable de Bérulle "En elle, le soleil de Dieu ne fait point d'ombre". C'est très beau une lumière sans ombre. Elle unit, dans ce sein qui a porté Dieu, l'étroite douceur des entrailles maternelles à l'Infini créateur du Verbe!... Il y a là un abîme!</div>
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Et ce mot de Médiatrice qui justement exprime parfaitement sa fonction de trait d'union entre notre origine terrestre et notre source divine. La femme en elle devient un pur chemin vers Dieu.</div>
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Malheureusement, l'homme, dans cet érotisme qui nous baigne partout demand trop: ce qu'il demande à la femme, c'est l'Eden. Il lui demand l'Eden sans le Ciel. Eh bien! ma foi, ce n'est plus possible. Victor Hugo dit quelque part, en parlant de la beauté féminine "C'est un tel idéal, mêlé d'un tel réel, que l'âme voit l'Eden et le préfère au Ciel!". C'est là, précisément, tout le drame de l'Homme, de préférer l'Eden au Ciel. Seulement --- il vaut autant que je vous le dise tout de suite --- il y a des utopistes (il y en a beaucoup dans notre société!) qui croient que l'Eden est une espèce de Chantier fermé pour cause de reconstruction. Je crois qu'un certain Eden est fermé définitivement. Oui! L'Eden étant fermé, c'est vers le ciel qu'il faut aller. Le Paradis terrestre, Dieu ne le donne pas, parce qu'il nous donne un bien infiniment plus précieux, et ce bien, c'est Lui-même, confié à une femme, pour être transmis à toute l'Humanité.</div>
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En d'autres termes, pour tout résumer, Eve est la porte condamnée de l'Eden, Marie est la porte ouverte du Ciel.</div>
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Je conclus: Telle est Marie, cette lumière, cette lumière de transfiguration qu'elle projette en quelque sorte sur la femme, et sur l'amour de la femme, est quelque chose de prodigieux; voilà l'exemple, voilà le modèle qu'on n'atteint pas, mais sur lequel nous devons toujours essayer de modeler notre action, notre pensée; le modèle éternel que nous devons essayer de reproduire. La femme doit respecter la Vierge en elle, et l'homme doit respecter la Vierge dans la Femme. Même dans la femme qui est femme, il y a an côte virginal qu'il ne doit jamais abolir; car en haut, dans le domaine du Sacré, la possession n'abolir pas la virginité.</div>
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C'EST TELLEMENT BEAU QUE C'EST SUREMENT VRAI</div>
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Mesdames et Messieurs, je parlais de cela un jour, à un incroyant, qui, très frappé, m'a dit: "C'est trop beau pour être vrai!" Eh bien, à cela je répondrai par le mot, je ne dis pas d'une "incroyante", car elle était chrétienne sans être catholique, si on peut dire, Simone Weil --- elle enseignait dans l'enseignement laïque, et n'avait pas à prende parti --- quand des élèves lui parlaient des dogmes catholiques et de leur plénitude, et lui demandaient: "Est-ce que c'est vrai?", elle répondait: "C'est tellement beau, que c'est sûrement vrai!". Et pourquoi, en effet, la réalité serait-elle laide? Le Beau est un transcendental comme le Vrai. Je crois qu'en haut le Vrai et le Beau doivent s'unir.</div>
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Et maintenant, Mesdames et Messieurs, je conclus: je voudrais que vous eyez senti un peu à travers mes trop faibles paroles, ce Mystère de Marie Médiatrice, ce lien entre la terre et le Ciel, cette porte du Ciel, cette étoile du matin, qui précède et qui annonce l'aurore.</div>
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Font: Extrait de "L'Homme Nouveau", du 6 avril 1958</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9119005379670449505.post-81976471827665795672012-04-20T00:01:00.002-03:002012-04-20T00:04:33.080-03:00Lettre à Simone Weil sur l'Église<div style="text-align: justify;">(...) Partout, et jusque dans cette société à l'âme divine qu'est l'Église --- je constate comme vous ce pharisaïsme, ce conformisme, ces fausses vertus et ces fausses gloires, tout ce mensonge du social menace en nous le fragile germe de la pureté divine. Et ce qui m'affecte le plus, ce n'est pas que ce mal soit réel et profond, c'est qu'il soit nécessaire, qu'il soit la rançon inévitable de la survivance d'une tradition sacrée, le ciment, non seulement de l'ordre et de la civilisation, mais de la maison même de Dieu et que, sans, lui, l'humanité verserait fatalement dans le chaos et la barbarie. Cette armure de conventions et de mensonges risque d'étouffer le germe divin et, en même temps, elle le protège. Il n'est pas possible de les dissocier que de séparer le bon grain de l'ivraie avant la moisson: <span style="font-style: italic;">ne forte eradicatis simul simul triticum</span>. Dans l'Église comme ailleurs, le bien et le mal ne seront séparés qu'après la moisson, par Dieu, dans un autre monde. Ici-bas, ils sont indissolublement liés l'un à l'autre. C'est un scandale pour les faibles ou les demi-intelligents dont parle Pascal. Mais c'est une nécessité. Cela tient à la nature même de ce monde; une vie soumise à la durée et à la mort n'est pas concevable autrement: <span style="font-style: italic;">le mélange et la loi du temporel</span>. Il faut bien que ce monde transitoire, où nous avons le double devoir d'accepter la vie tant qu'elle dure et de consentir à la mort quand elle vient, soit mêlé de bien et de mal. Car, s'il n'était que mal, comment consentirions-nous à vivre? Et s'il n'était que bien, comment nous résignerions-nous à mourir? Rien d'absolu ne peut exister dans ce qui passe, et c'est pourquoi, là où sont le bien et le mal purs, là aussi est l'éternité...<br /><br />(...) Il est impossible à l'homme de vivre matériellement et spirituellement, il lui est même impossible de connaître et d'aimer Dieu sans le mensonge social. Toute révolte, toute anarchie mène à un nouveau conformisme, en général pire que celui qu'on a détruit (l'histoire moderne est assez éloquente à cet égard...). Il s'agit donc, non pas de rêver ou de poursuivre une pureté impossible, mais de reconnaître et de défendre la forme de société la moins impure: celle qui n'étouffe liberté, toute pureté intérieures; une gaine sociale avec des pores --- comme une peau --- par où le divin puisse pénetrer jusqu'aux âmes. Et c'est là qu'on mesure la nécessité et la bienfaisance de l'Église. Sans doute, en tant que société humaine, elle regorge de pharisaïsme et d'impuretés; elle fait encore trop belle la part de César, car ce qu'elle appelle Dieu n'est trop souvent que le masque de César, mais elle permet tout de même de rendre à Dieu un peu de ce qui est à Dieu. Hors d'elle, tout va à Cesar...<br /><br />(...) Ce prodigieux édifice dont les fondements s'enfoncent dans les millénaires et dont le faîte se perd dans le ciel, cette oeuvre du temps qu'anime et couronne l'éternité, quels que soient ses recoins obscurs, ses parties caduques et ses ornements frivoles, je ne peux pas, je ne pourrai jamais refuser d'en voir l'équilibre profond et la grandeur unique et totale. C'est là, ce n'est que là que j'ai trouvé, enlacés comme deux amants, l'ordre et l'absolu qui, partout ailleurs, s'opposent et se dévorent. Les dogmes, les sacrements, la liturgie ont marqué mon âme d'une empreinte que rien ne pourra jamais effacer. Si (ce qu'à Dieu ne plaise!) je dois un jour me séparer de l'Église, ce sera au nom des exigences qu'elle aura fait naître en moi. Je pourrai la frapper avec mes mains, mais la force même de ces mains, je la tirerai de la nourriture qu'elle aura versée dans mes entrailles. Ma révolte sera toujours moins profonde que ma foi, et elle sera encore un acte de foi...<br /><br />Fonte: "Gustave Thibon" - Les Dossiers H - Editions L'Age d'Homme, Lausanne, Suisse - 2012<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0